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MANDETTA DIZ QUE AÇÃO DO GOVERNO ESTÁ DISSEMINANDO A VARIANTE DE MANAUS INCLUSIVE NA BAHIA

Redação - 28/01/2021 14:16 - Atualizado 28/01/2021

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta chamou atenção, durante entrevista, para o risco da variante brasileira do novo coronavírus, identificada em Manaus, o vírus mutante pode provocar um agravamento do quadro epidemiológico na Bahia e no Brasil.

Segundo Mandetta, a transferência de pacientes manauaras em razão de o colapso hospitalar no Amazonas sem os devidos cuidados poderá fazer com que a variante se espalhe, e a Bahia é um dois locais que pacientes com a nova variante podem ser transferidos devido ao colapso no sistema de saúde de Manaus.

“O mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil, e o país não só está aberto normalmente, como está retirando pacientes de Manaus e mandando para Bahia, Goiás, outros lugares, sem fazer os bloqueios de biossegurança. Provavelmente vamos plantar essa cepa em todos os territórios da federação, e daqui a 60 dias podemos ter uma megaepidemia”, afirmou Mandetta.

Mutação do coronavírus
A mutação brasileira, batizada E484, foi identificada no Rio de Janeiro e em variantes em Manaus, como a B.1.1.28, detectada em japoneses que estiveram no Amazonas. Ela altera o RDB, o ponto da proteína S em que o Sars-CoV-2 se liga às células humanas. As mudanças genéticas podem causar o chamado mecanismo de escape, ou seja, quando os anticorpos desenvolvidos contra o Sars-CoV-2, que atacam o RDB, perdem sua especificidade. Esse processo pode influenciar a eficácia de vacinas.

A variante já foi detectada em diferentes países, como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, e em vários estados brasileiros. No Brasil, no entanto, o sequenciamento genético necessário para monitorar mutações do Sars-CoV-2 é um desafio.

Durante entrevista, o ex-ministro também comentou o inquérito contra o atual gestor da pasta, Eduardo Pazuello, no Supremo Tribunal Federal (STF) e avaliou que o presidente Jair Bolsonaro poderá sofrer impeachment pela condução da pandemia da Covid. As declarações foram feitas ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura

O ex-ministro também comparou sua gestão no início da epidemia brasileira com a do atual dirigente da Saúde, Eduardo Pazuello. O ex-ministro afirmou que o presidente Bolsonaro “minou completamente” os esforços de conscientizar a população acerca da necessidade de prevenir o contágio, na ausência de um tratamento comprovadamente eficaz contra a Covid-19, em boa parte alinhado com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Foto: Jorge William Agência O Globo

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