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JORNAL A TARDE: ARMANDO AVENA: A VACINA, O OLIGOPÓLIO E A BUROCRACIA

Redação - 28/01/2021 07:57

“A vacinação em massa é a única maneira de garantir a retomada plena da economia”.  Essa constatação une a todos e vem sendo expressada reiteradamente pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Como resolver o problema? Em primeiro lugar, cabe dizer que a produção e comercialização das vacinas para Covid-19 é regida pela ética capitalista, assim, apesar de ser fundamental para a vida, trata-se de uma mercadoria sujeita às leis do mercado. E, neste momento, a demanda por vacinas  é muito maior que a oferta.

Dito isso, cabe agregar que este mercado é, por enquanto, um oligopólio, ou seja, poucas empresas detêm o controle total da produção, o que significa que, dada determinadas condições, elas podem fixar preços e quantidades e estabelecer condições de venda. Ora, num mercado como esse não adianta o comprador querer impor condições, como fez o governo brasileiro com a Pfizer,  pois os produtores  estão em posição de força e se um governo não aceitar, outro aceitará. Aliás, o estado de Israel compreendeu isso e obteve milhões de doses da vacina da Pfizer antes de qualquer outro país pagando 40% mais que o preço de mercado e, com isso, vai vacinar toda sua população no primeiro trimestre.

Mas a população de Israel é menor do que a da Bahia, por isso, no caso brasileiro, o caminho é adquirir todas as vacinas disponíveis de todos os produtores. Se o país quer garantir a vacinação em massa não pode se restringir a Coronavac e a vacina de Oxford e – além de garantir o fornecimento de insumos para fabricação interna dessas vacinas –  tem que buscar novos fornecedores. Se o  governo quer a vacinação em massa deveria ter um executivo ou o próprio presidente, jamais um almoxarife, negociando a todo vapor com os produtores das vacinas Sputnik V, Moderna e Johnson & Johnson, que teve testes no Brasil e vai pedir autorização emergencial.

E o interessante é que não é o preço o que está inviabilizando a compra das vacinas, mas a burocracia.  No caso da Sputinik V, que tem 91% de taxa de eficácia, a Anvisa demora a aprovar o uso emergencial, com base na aprovação das agências reguladoras de outros países, argumentando que isso seria declinar da nossa soberania. Ora, ninguém perde a soberania no afã de salvar vidas e a Anvisa poderia enviar equipes  as agências dos países que aprovaram o uso emergencial para verificar a seriedade da aprovação.

Para completar, as negociações privadas para a aquisição de  vacinas são complementares, desde que sejam entregues ao poder público.  Sem negociadores competentes e sem reduzir a burocracia, o Brasil dificilmente terá vacinação em massa no primeiro semestre de 2021 e com isso a economia vai continuar patinando.

                                            A TAXA DE JUROS VAI AUMENTAR

Os agentes econômicos devem se preparar, pois a taxa de juros vai aumentar. E já a partir da próxima reunião do Copom, na base de 0,25% ou mais a depender do comportamento da inflação. A ata da última reunião diz que alta de preços é temporária, mas a trava que permite aumentar os juros foi tirada e alguns conselheiros votaram pelo aumento imediato. Não é temporária e a prévia da inflação de janeiro que ficou em 0,78%, maior índice no mês desde 2016, prova isso. E se o auxílio emergencial vier, o que parece cada vez mais necessário, a inflação vai subir mais. Vale lembrar que, com a Covid, nem todos os setores podem aumentar preços, mas os que podem estão jogando duro.

                                                   DIVULGAR CAMAÇARI

 Camaçari foi eleita a melhor cidade do País para se investir no setor industrial, pela publicação  “Melhores Cidades para Fazer Negócios ”, da Urban Systems. A cidade tem o 15º maior PIB industrial do país, é responsável por quase 30% das exportações baianas e por 10% da arrecadação estadual. Está próxima do Porto de Aratu, do Aeroporto de Salvador e da maior metrópole do Nordeste,  interligada por  um sistema rodoviário, a BA 093, de primeira linha. Além disso, tem disponibilidade de mão-de-obra qualificada e um centro de pesquisa e tecnologia, o Cimatec.  Mas a Camaçari falha na estratégia de comunicação que deveria divulgar a cidade em mercados de investidores de ponta.

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