Dezoito de fevereiro de 2018. Podia ter sido um Ba-Vi comum, afinal, era só o início daquela edição do Campeonato Baiano. Mas rolou dancinha, expulsões por briga generalizada e uma outra expulsão, forjada, flagrada pelas câmeras de transmissão, que determinou o fim do clássico. Era Vagner Mancini o técnico do Vitória na ocasião, e até hoje os torcedores do Bahia chamam o episódio de ‘Fuga das Galinhas’. O placar em campo estava em 1 a 1, porém, o triunfo por 3 a 0 foi conferido ao Tricolor, pela impossibilidade de o oponente seguir jogando. Mas vale muito menos o resultado do que a resenha que aquele jogo rende até os dias atuais.
Atualmente, em meio a um cenário muito mais tenso pelos lados da Cidade Tricolor, o Esquadrão volta a ficar frente a frente com o rival daquele dia. Não o Vitória, mas Mancini, agora em ótimo momento no comando do Corinthians. Às 19h, na Fonte Nova, o Bahia entra em campo em jogo atrasado da 30ª rodada do Brasileirão para vencer e só assim conseguir a fuga que tanto quer: da zona de rebaixamento. Além do fato de o Timão ter apresentado evolução em 2021 e ainda sonhar com vaga na Libertadores, outro tempero do jogo é encarar o histórico contra Mancini. Apesar das risadas em zoação ao que ocorreu no clássico de três anos atrás, há recordações dolorosas para os tricolores.
O primeiro confronto, em 2005, por sinal, foi trágico: derrota por 3 a 2 para o Paulista de Jundiaí e rebaixamento confirmado para a Série C do Brasileiro. O encontro só voltou a acontecer seis anos depois, no retorno do Bahia à Primeira Divisão, e deu Mancini de novo: 3 a 0 para o Ceará. Outros duelos equilibrados se deram até o técnico paulista assumir pela primeira vez o Vitória, em 2008. Ele viria a se tornar o técnico que mais esteve à frente do Rubro-Negro na história, e o retrospecto em Ba-Vis não é dos melhores. No total, contando o jogo que não terminou, ele perdeu mais que ganhou: 8 a 5. Porém, os triunfos acabaram valendo mais que as derrotas.
Por exemplo, o primeiro confronto foi um 4 a 1 para o Tricolor, no Barradão, mas no mesmo quadrangular final o Vitória daria o troco em Feira, por 3 a 0, e ficaria com o título do Baianão-2008. No jogo final do Estadual de 2016, o Bahia também venceu: 1 a 0. Mas, como tinha ganhado na ida por 2 a 0, o time de Mancini voltaria a conquistar a taça. Só em 2018 o Esquadrão comemorou, ao vencer os dois duelos decisivos. A última vez que o Bahia enfrentou Mancini foi em 2020, no mesmo Brasileiro ainda em disputa. Pelo Atlético-GO, ele veio a Salvador e ganhou por 1 a 0. Entretanto, apesar das más lembranças, o retrospecto geral é favorável ao Tricolor: 11 triunfos, três empates e nove derrotas. É preciso aumentar essa vantagem para o torcedor voltar a ter esperança na salvação.
Surto no Timão
Os muitos desfalques que Mancini tem no Corinthians poderão ajudar o Bahia na missão. A equipe paulista sofreu um surto de Covid-19, com um total de 10 jogadores contaminados, entre eles o titular Ramiro. Além disso, Otero, suspenso, e Cazares, lesionado, estão fora. No Tricolor, o técnico Dado Cavalcanti pode escalar como titulares o zagueiro Lucas Fonseca, já pronto para atuar após longo período em recondicionamento, e o meia Daniel, que perdeu as duas últimas partidas por ter contraído a Covid-19.
BAHIA X CORINTHIANS – 30ª RODADA DO CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A
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