A atriz Lidi Lisboa deixou o confinamento em ‘A Fazenda’ sem o prêmio de R$ 1,5 milhão, mas colhe os frutos de sua passagem marcante pelo reality da Record alguns meses após o fim do programa.
Em entrevista ao podcast Podmiga, do Ih Miga!, a atriz revelou que vem recebendo o carinho do público e a força para conquistar novos projetos. “Eu não tô sabendo ainda como agradece-los. É muita mensagem que eu recebo, muito carinho, muito comentário em fotos. Essa publi da Nissan só aconteceu por conta dos fãs, eu tenho certeza disso”, disse a artista sobre o convite que recebeu para participar de uma ação.
Mas como nem tudo são flores, Lidi relembrou um momento pesado e delicado de sua vida, o racismo. A atriz contou no programa que não conseguia enxergar a possibilidade de receber uma proposta boa, como a que recebeu recentemente, devido ao racismo de produtores e contratantes.
“Eu me sentia muito invisível. E depois de um tempo eu entendi que a questão do invisível eram várias questões na verdade. Questão de preconceito, É muito difícil ainda fechar um publi, ser remunerada, por conta disso. As pessoas querem pagar para a loira, muito mais do que querem pagar para mim que sou preta, então há um problema de desigualdade”, contou.
Lidi revela que debater racismo não era uma prioridade na sua vida, até perceber que ela era vítima. Dentro do jogo, a ex-fazendeira chegou a conversar com alguns colegas sobre seu medo de sentir o racismo na pele novamente.
“Eu nunca levantei essa bandeira porque eu achava que não era preciso, mas quando eu fiz a Jezebel eu notei que sim era preciso. Porque a imprensa caiu em cima de mim me perguntando como era eu ser uma protagonista negra, como eu estava me sentindo em ser a nova Maju do horário nobre, e eu não dei nenhuma das respostas que eles estavam esperando. Ali virou uma chave em mim porque eu comecei a realmente prestar atenção nas coisas que aconteciam na minha vida”.
Um dos episódios relatados por Lidi foi quando a atriz tentou comprar um apartamento e a reação do rapaz que estava vendendo o imóvel foi mostrar uma banana para ela.
“Eu filmei isso e chamei a polícia nesse caso. E aí começou a virar uma chavinha dentro de mim, que o Brasil é sim muito preconceituoso e a gente tem que levantar bandeira e falar sobre isso”.
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