Enxugando as lágrimas, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, despediu-se emocionado de seu estado natal, Delaware, na terça-feira, 19, antes de seguir para Washington na véspera de sua posse. “É profundamente pessoal que nossa jornada para Washington comece aqui”, disse Biden depois de esfregar um dos olhos enquanto se dirigia a dezenas de convidados em uma base da Guarda Nacional chamada em homenagem a seu falecido filho Beau. “Só lamento que ele não esteja aqui”, disse Biden, referindo-se a Beau, que morreu de câncer em 2015.
Biden tomará posse como 46º presidente dos Estados Unidos ao meio-dia desta quarta, 20, substituindo o republicano Donald Trump, cuja caótica presidência de quatro anos deixou a população norte-americana profundamente dividida. O democrata de 78 anos também abordou sua própria mortalidade – uma direção incomum, visto que ele está prestes a assumir o comando da nação mais poderosa do mundo. Ao chegar a Washington na véspera da sua posse, Biden prestou uma breve homenagem aos mais de 400 mil norte-americanos que perderam a vida para o novo coronavírus.
“Às vezes é difícil recordar, mas é assim que curamos. É importante fazer isso como nação”, disse Biden em declarações em torno do espelho d’água, onde luzes foram acesas como um memorial para aqueles que se foram.
Segurança
Um grande aparato de segurança foi montado para a posse. Doze soldados da Guarda Nacional dos Estados Unidos foram excluídos do dispositivo de segurança da posse, após uma investigação sobre possíveis vínculos com extremistas, informou o Pentágono. Dos 12 removidos, dois foram por “comentários ou textos inapropriados”, disse a jornalistas o comandante da Guarda Nacional, general Daniel Hokanson, que se recusou a especificar a natureza dos comentários.
As verificações de quem vai monitorar as cerimônias de quarta-feira foram decididas após a violenta invasão do Congresso há duas semanas. As autoridades temem que extremistas tenham se infiltrado nas forças de segurança durante a posse do líder democrata. Os dois militares cujos comentários foram considerados inadequados já estavam em Washington quando foram apontados ao comandante da Guarda Nacional; um por um superior hierárquico e um por uma fonte anônima, contou Hokanson. Ambos deixaram a cidade.
A eliminação dos outros dez “não teve nada a ver com os incidentes no Capitólio ou com a preocupação de muitas pessoas sobre o extremismo”, disse o porta-voz do Departamento de Defesa, Jonathan Hoffman, sem dar detalhes. O FBI, por sua vez, disse na segunda-feira que revisaria os antecedentes dos reservistas destacados na cerimônia.
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