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IRMÃO DE BALEIA ROSSI É ACUSADO DE RECEBER DA ODEBRECHT

Redação - 20/01/2021 07:29

O irmão do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), um dos candidatos da oposição à presidência da Câmara dos Deputados, é acusado de receber ilegalmente R$ 1 milhão em dinheiro vivo da Odebrecht. O pagamento a Paulo Luciano Tenuto Rossi teria ocorrido durante a campanha eleitoral de 2014 por trabalhos realizados pela produtora Ilha Produção Ltda., que também pertencia a Vanessa da Cunha Rossi, mulher de Baleia. Conhecido como Palu, o irmão do candidato à chefia da Câmara é réu em ação penal eleitoral em São Paulo que investiga o caso desde o ano passado. A informação foi publicada nesta terça-feira, 19, pelo jornal Folha de S.Paulo.

Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), também responde ao mesmo processo. Ele foi o candidato do MDB ao governo do Estado de São Paulo em 2014. Os 2 são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa 2 em processo aberto pelo juiz eleitoral Marco Antonio Marins Vargas. Segundo a denúncia apresentada pela Promotoria Eleitoral de São Paulo, a Odebrecht se comprometeu a destinar R$ 6 milhões à campanha de Skaf naquele ano por meio do Departamento de Operações Estruturadas, divisão responsável pelo pagamento de propinas. Do total da quantia oferecida pela empreiteira, R$ 1 milhão teria sigo entregue a Paulo Luciano. A denúncia considera que, por trás do pagamento em espécie, havia a intenção da empreiteira de ter ganhos irregulares com o poder público caso Skaf fosse eleito. O emedebista, no entanto, foi derrotado por Geraldo Alckmin (PSDB) naquele ano.

Os promotores apontam que arquivos de hóspedes de 2 hotéis listam Paulo Luciano em dias marcados para pagamentos de R$ 500 mil feitos pela Odebrecht. Uma mensagem citada na denúncia, enviada por um dos envolvidos no pagamento, cita o nome de um dos hotéis e a orientação para entrega dos valores: “Hotel merak Paulo a senha e trilho entregar 500 mil”. Na denúncia, os promotores eleitorais também afirmam que há uma 2ª investigação pendente, na qual é investigado suposto caixa 2 a favor de Baleia Rossi por meio de outros pagamentos em espécie à Ilha Produção. O inquérito, sigiloso, ainda está em andamento.

A ação em tramitação e a investigação integram a chamada Lava Jato Eleitoral de São Paulo, conjunto de processos enviados à 1ª Instância para julgar casos de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro em situações em que há conexões com financiamento de campanha. A defesa de Paulo Luciano Tenuto Rossi afirma que a denúncia “não tem procedência alguma”. “Basta ver que ele foi acusado de corrupção passiva sem jamais ter sido funcionário público; de lavagem de dinheiro em hipótese na qual o STF afasta a sua ocorrência; e falsidade eleitoral sem sequer ter sido candidato em qualquer pleito”, afirma o comunicado.

OUTRO LADO

Em nota encaminhada à reportagem, o deputado federal Baleia Rossi, por meio de sua assessoria, disse que nem ele nem a esposa, Vanessa, têm ligação com as acusações em tramitação na Justiça Eleitoral de São Paulo contra seu irmão. “Baleia Rossi não tem nenhuma relação com essa acusação e nenhum valor ilícito recebeu. A mulher dele não é parte no caso citado”, diz a nota. A defesa de Paulo Luciano Tenuto Rossi afirma que a denúncia “não tem procedência alguma” em relação a ele.

“Basta ver que ele foi acusado de corrupção passiva sem jamais ter sido funcionário público; de lavagem de dinheiro em hipótese na qual o STF afasta a sua ocorrência; e falsidade eleitoral sem sequer ter sido candidato em qualquer pleito.”. A defesa também reiterou que Paulo Luciano não cometeu crimes. “Aguarda-se, no momento, decisão do Juízo Eleitoral sobre a defesa apresentada que, se acolhida, levará à extinção do processo.”

Foto: divulgação

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