O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avalia a imposição de restrições e da venda de ativos para aprovar a compra das operações de telefonia móvel da Oi pelas concorrentes, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg.
As ações da Oi recuam na tarde desta terça-feira, 18, dia de queda do Ibovespa: as ações ordinárias (OIBR3) recuam 2,48%, e as preferenciais (OIBR4), 2,69%.
O negócio é visto como complexo porque tiraria do mercado a quarta maior operadora de telefonia móvel do país, ampliando ainda mais a participação da TIM, da Claro e da Vivo, segundo duas pessoas que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.
A barreira para a entrada de outra empresa que possa fomentar a concorrência é alta, já que as telecomunicações são um setor regulado, acrescentaram.
Envolvida em um processo de recuperação judicial que já dura cinco anos e com uma dívida de mais de 21 bilhões de reais, a Oi vendeu seu negócio de telefonia móvel por 16,5 bilhões de reais no fim de 2020. A unidade tem mais de 36 milhões de clientes, que seriam divididos entre as outras três empresas que são as líderes de mercado.
O negócio também inclui o acesso às frequências operadas pela Oi, o que aumenta a preocupação com a concentração — e pode significar que a venda de ativos ou restrições comportamentais não sejam suficientes e o Cade imponha restrições estruturais, como obrigar as empresas a leiloar as ondas, disseram as pessoas.
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