Mais da metade dos candidatos que se inscreveram para participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não compareu aos locais de prova neste domingo (17). De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foram 5.523.029 candidatos inscritos para a prova impressa. Desses, 2.842.332 não compareceram, o que representa 51,5% de ausentes. O número é recorde na história do exame. Em 2019, foram 23,06% de ausência e, em 2018, 24,76%.
Apesar do alto índice de ausentes – o maior da história do exame – , segundo Alexandre Lopes, presidente do Inep, o saldo foi positivo. “2,6 milhões de pessoas fizeram a prova. Eu considero positivo. O Brasil conseguiu realizar seu exame nacional, tirando o estado do Amazonas, que tem mais 160 mil estudantes que poderão fazer em outro momento”, analisa Lopes. Neste domingo, na primeira etapa da verdadeira maratona que é o Enem, os participantes tiveram que responder 45 questões de Ciências Humanas, 45 questões de Linguagens e a confecção da Redação.
Nesta edição, o tema da redação foi “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. O assunto faz par perfeito com o momento atual, já que uma das expressões que mais se ouve por aí é ‘saúde mental’ e o chamado “Janeiro Branco” é o mês de conscientização em prol dela. De acordo com professores que analisam a prova, alguns pontos se destacaram, como a recorrência de questões sobre a figura da mulher na sociedade e sobre o uso e manipulação de dados na internet. Além disso, a prova de linguagens teve presença marcante do pré-modernismo, com autores contemporâneos, e as provas de Filosofia e Sociologia fugiram dos autores clássicos, exigindo mais habilidade por parte do candidato.
O Inep divulgará o gabarito oficial completo até o dia 27 de janeiro de 2021, três dias úteis após a segunda prova, como explica o edital. Os professores do Grupo SAS resolveram as questões e elaboraram um gabarito extraoficial. O candidato pode conferir as respostas no Portal SAS, através do link.
Foto: Tiago Caldas/CORREIO