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MAIA DIZ QUE DISCUSSÃO SOBRE IMPEACHMENT SERÁ INEVITÁVEL

Redação - 16/01/2021 10:40 - Atualizado 16/01/2021

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a discussão sobre o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será “inevitável” no futuro. “Acho que esse tema é um tema que, de forma inevitável, certamente será debatido no futuro”, afirmou em entrevista à imprensa no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador João Doria (PSDB) e do candidato à presidência da Câmara Baleia Rossi (MDB-SP).

A entrevista foi concedida após um almoço em apoio a Baleia que reuniu, além do governador e de Maia, cerca de 20 deputados de diferentes partidos. Diante do colapso da saúde em Manaus e da pressão pelo impeachment, Maia voltou a justificar o fato de não ter dado andamento a nenhum pedido até hoje. “Não foi avaliar ou deixar de avaliar o impeachment. Foi compreender que o enfrentamento à pandemia é a prioridade de todos nós. [] Qualquer decisão sobre impedimento hoje, com perdas de vidas, é nós tirarmos o foco daquilo que é fundamental, que é tentar salvar o maior número de vidas”, disse.

Doria voltou a cobrar uma reação do país a Bolsonaro, como fez em entrevista anterior à imprensa nesta sexta sobre o combate ao coronavírus -conclamando também uma reação do Congresso. Questionado sobre ter se referido ao impeachment, porém, o governador não usou essa palavra e falou em manifestações. Doria afirmou que, se não houver reação, o país estará destruído em dois anos. “Será que o Brasil que já se mobilizou nas ruas pela mudança, pelas diretas já, por movimentos cívicos importantes de ordem popular, vai continuar quieto e não vai reagir? Reaja, Brasil. Reaja o Congresso Nacional. Cumpra seu papel sim, a Câmara e o Senado, aquele que lhe cabe. E cada parlamentar sabe seu papel e a sua representatividade”, afirmou.

​”Tenho certeza de que muitas vozes vão se levantar em defesa do Brasil. Se não fizermos isso, em dois anos, o Brasil estará destruído pela incompetência, pela inépcia, pela incapacidade, pela mortalidade e pela insanidade”, completou. Mais cedo, ao anunciar a nova fase do Plano São Paulo contra a pandemia, Doria havia afirmado: “Está na hora de termos uma reação a isso. Da sociedade civil, dos brasileiros, da população do Brasil, da imprensa, do Congresso Nacional de quem puder ajudar. Ou vamos assistir a isso? Ou vamos assistir a isso por meses e achar que é isso normal, que faz parte e que a ideologia do negacionismo é aceitável?”. ​O governador, porém, afirmou que manifestações contra Bolsonaro não podem envolver aglomeração.

“Por mais amor que eu tenha pelo meu país, eu tenho amor pela vida. Não é o momento para aglomerações. [] As pessoas podem se manifestar das janelas, com panelaço”, disse. Maia, por sua vez, defendeu que o Congresso trabalhe durante o recesso e afirmou que propôs a convocação na próxima semana ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O presidente da Câmara afirmou que, entre as medidas urgentes, está a convocação do ministro da Saúde e da Anvisa para prestar esclarecimentos. Questionado sobre sua posição em relação a impeachment, caso seja eleito presidente da Câmara, Baleia evitou se comprometer.

“Uma candidatura não pode ter como bandeira o impedimento de um presidente. […] Todos os pedidos colocados vão ser analisados por mim dentro do que diz a Constituição”, disse. O deputado afirmou ainda que sua candidatura não é de oposição, mas de independência da Câmara e a favor da democracia, da ciência e da vacina. Segundo Baleia, a candidatura de seu adversário, Arthur Lira (PP-AL), apoiada por Bolsonaro, é “submissa ao Palácio, flerta com grupos radicais que até pouco tempo queriam o fechamento do Congresso nacional, recebe o apoio de radicais na rede que não querem a vacina”.

“Se preciso for, a Câmara precisa ser o contraponto dos exageros do governo federal, assim como Maia tem feito nos últimos anos”, disse. Já Doria, que negou usar a aliança construída em torno de Baleia como palanque para sua eventual candidatura ao Planalto em 2022, afirmou que a escolha entre o emedebista e Lira “é a disputa entre a defesa democrática e a ameaça a democracia”.

Foto: divulgação

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