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MORTES POR COVID SOBEM EM SP DEPOIS DE FESTAS DE FIM DE ANO

Redação - 14/01/2021 09:00 - Atualizado 14/01/2021

O efeito das aglomerações nas festas de fim de ano já começa a se refletir no aumento de óbitos e internações nos hospitais públicos e privados na cidade e no estado de São Paulo. No estado, as internações subiram 19% nas últimas duas semanas (entre 29 de dezembro a 12 de janeiro): de 11.070 para 13.175. A taxa de ocupação de leitos está em 66,3%.

Além da alta de hospitalizações, o estado registrou 2.467 novos óbitos: de 46.195 para 48.662. Na capital paulista, nesse período, o total de mortes passou de 16.163 para 16.990. Foram 827 novos óbitos, um aumento de 5,5% em relação a todo período da pandemia em apenas 14 dias. Nas duas semanas anteriores (de 16 a 29 de dezembro), ocorreram 462 novas mortes, o que resulta em um aumento de 79% entre os dois períodos, segundo análise do projeto Info Tracker, da Unesp e da USP, a pedido da Folha.

As internações em hospitais públicos municipais, em enfermarias e UTIs, cresceram cerca de 13% em duas semanas, de 1.868 para 2.103. Dos 43 distritos da capital paulista que têm hospitais com leitos para tratamento da Covid-19, houve aumento de hospitalizações em 32. Para os pesquisadores, o cenário representa o começo de uma nova fase crítica da pandemia, com maior sobrecarga nos hospitais.

Segundo Wallace Casaca, professor da Unesp e coordenador do Info Tracker, que monitora a pandemia no estado desde seu início, a taxa de contágio (Rt) do vírus na capital também está subindo. Estava em 0,78 no fim do ano e, nesta quarta (13), em 1,4. O índice, que aponta quantas pessoas serão contaminadas por um infectado e ajuda a estimar a velocidade de transmissão da doença, deve estar sempre abaixo 1 para que a tendência de queda de casos se mantenha.

“É uma bomba que a gente estava esperando. Se continuar alto assim, comprometeremos fevereiro também com hospitais lotados e alta de casos mesmo com a vacinação.”. Casaca explica que, para o cálculo dessa métrica, é necessário ter o total de casos confirmados. Em geral, para um caso entrar como confirmado, leva-se em média de cinco a dez dias por causa do atraso entre a coleta do material para teste e a divulgação desse resultado.

“O Rt de hoje, na verdade, leva em conta o que houve há dez dias. A taxa de contágio voltou a subir a partir do dia 5, ou seja, bate com o período das festas de Natal e Ano-Novo.”. O epidemiologista Paulo Menezes, professor da USP e coordenador do centro de contingenciamento da Covid-19 do governo paulista, diz que parte desse aumento da taxa de contágio pode ser resultado das notificações de casos de Covid que ficaram represadas no final do ano.

Mas ele não tem dúvidas de que houve um aumento real de internações e óbitos e acredita que, se as medidas de endurecimento da quarentena não tivessem sido adotadas no final do ano, a situação poderia ser ainda pior hoje.

Foto: divulgação

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