A Petrobras reabriu no começo de 2021 o PDV 2019 –programa de demissão voluntária que havia sido encerrado há 6 meses. De acordo com a empresa foi a pedido dos trabalhadores ao reabrir o programa e que não haverá prejuízos às operações. Mas a iniciativa é criticada por sindicatos.
O PDV 2019 é um dos três programas de demissão voluntária lançados pela atual gestão da Petrobras. Abrange o maior número de funcionários aptos a aderir. É destinado a empregados que recebem aposentadoria pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e cujo início do benefício tenha sido até 12 de novembro de 2019.
Em 2020, mais de 10.000 funcionários se registraram no PDV, valor que corresponde a 22% do total de trabalhadores da empresa. De acordo com a Petrobras, essa redução implicaria o corte de US$ 800 milhões por ano.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) acusou na 5ª feira (7.jan.2021) a estatal de comprometer a segurança e qualidade dos trabalhos ao manter um efetivo de funcionários inferior ao necessário.
“Contradizendo os próprios estudos, a realidade da companhia é de falta de um quadro efetivo com o número mínimo de trabalhadores para que seja garantida a segurança dos funcionários, da comunidade em torno às unidades e da própria empresa, algo já denunciado pelos trabalhadores do Sistema Petrobras”, lê-se em texto divulgado no site da federação.
“A empresa não explica para a gente como vai suprir essa falta de efetivo. Não está conseguindo dar conta dos prazos para qualificar os trabalhadores que mudaram de função”, disse Gustavo Marsaioli, coordenador da regional em Campinas do Unificado-SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo).
Segundo ele, “o planejamento não está sendo bem feito”. Marsaioli afirma que a reabertura do PDV é um a forma da gestão da estatal facilitar uma possível venda.
“Por conta do concurso público, os funcionários não podem ser demitidos, por isso a Petrobras utiliza alternativas para desligamentos e busca reduzir o efetivo com aposentadorias e programas de desligamento, enquanto tenta sanar a falta de trabalhadores, de maneira falha, com alternativas como o Mobiliza”, afirmou o dirigente.
A Petrobras afirmou por meio de nota no sábado (9.jan) que funcionários serão treinados para ocupar a posição dos que serão desligados.
Foto: Paulo Whitaker/Reuters