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PANDEMIA FEZ PROCURA POR CASA GRANDE E DE ALTO PADRÃO DISPARAR

Redação - 09/01/2021 08:20

A pandemia fez a maioria repensar aspectos ordinários do dia-a-dia e não foram poucos que concluíram: “preciso de um lar maior!” Isso fez com que a procura por casasgrandes e de alto padrão disparasse, principalmente no litoral baiano, onde já em setembro de 2020 a venda de imóveis tinha ultrapassado em 52% os números do ano anterior, de acordo com dados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi).

Em Salvador, esse número cresceu em 18% no mesmo período, enquanto na Bahia, 5%. Para Cláudio Cunha, presidente da entidade, isso se deve à inegável influência que a pandemia teve no mercado imobiliário. “Muitas pessoas estão optando por fazer de sua casa de veraneio a residência principal. Já outros têm adquirido casas maiores no litoral, ao mesmo tempo em que mantêm um apartamento menor na capital, para quando tiver negócios a resolver em Salvador”.

Há ainda, diz Cunha, um movimento de pessoas de fora do estado e até do exterior buscando por moradia na Bahia, principalmente em Salvador, “que tem se tornado um centro de atração de moradores”. Essa procura por imóveis no estado cresceu de forma “assustadora”, afirma o diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci), proprietário da Nova Imobiliária, Noel Silva.

“Esse aumento na procura tem gerado duas situações que devem ser observadas. De um lado temos o aumento dos preços de casas e villages litorâneos, que chegam a quase dobrar, e, do outro lado, as instituições financeiras com suas taxas de juros sendo reduzidas a números nunca imaginados, permitindo que muitos que desejavam comprar, mas não podia, compre agora”.

Uma das que viu o resultado disso em primeira mão foi Carla Hansen, proprietária da Hansen Imóveis. A média de cinco clientes que eram esperados em uma semana típica, se tornaram dez, ou até 12 durante a pandemia –, a maioria atrás de casas de alto padrão. “E o mais interessante é que são clientes que efetivam a compra rapidamente. Isso se deve muito às facilidades financeiras que surgiram para quem deseja um novo lugar para chamar de lar”, ela conta.

Ainda de acordo com o presidente da Ademi, a taxa de juros de financiamento, que hoje está em 6,9%, chegou a ser de 14% em 2016. Dessa forma, os empréstimos se tornaram bastante atrativos, além, claro, da queda da Selic. São essas facilidades que estão dando esperança à empresária e arteterapeuta Claudia Fracassi, que colocou à venda recentemente a sua casa no condomínio Encontro das Águas, em Lauro de Freitas, de fazer um bom negócio. Com os filhos casando, a mansão ficou grande demais para ela e o marido. “Me sinto muito agradecida pelos anos que vivi nessa casa, e por estar passando esse período de pandemia aqui, onde todo o espaço e a própria estrutura de um condomínio parque estão permitindo que nem eu ou meus familiares fiquemos estressados com o isolamento. Quero continuar morando numa casa, mas um pouco menor e térrea, com sorte aqui no condomínio mesmo”, ela fala.

Foto: divulgação

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