Depois de cinco anos sendo chefiada pelo ex-governador Paulo Souto, a Secretaria da Fazenda de Salvador passa a ter um novo comandante a partir de amanhã. Melhor: uma nova comandante. Ex-secretária da Fazenda de Niterói, no Rio de Janeiro, Giovanna Guiotti Testa Victer foi alcunhada por um jornal da cidade como a “Dama de Ferro”, em referência à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. Thatcher ganhou o apelido pelo estilo firme e austero de governar.
Nas primeiras entrevistas que concedeu à imprensa baiana, Giovanna Victer assegurou que não vai aumentar os impostos na capital, promessa de campanha do prefeito eleito Bruno Reis (DEM). Prometeu ainda “gastar com responsabilidade” e dar celeridade à digitalização dos serviços. Nesta semana, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), fez questão de avisar que o sucessor terá que “apertar o cinto” para manter as contas municipais equilibradas, e ressaltou que os soteropolitanos terão que entender o momento de dificuldade. Por causa da pandemia da Covid-19, houve um aumento nos investimentos na área de Saúde, e queda da arrecadação tributária.
Mais jovem o que o quase antecessor, Giovanna tem por hábito compartilhar nas redes sociais as suas opiniões (se posicionou contra a reeleição para presidência da Câmara dos Deputados e Senado Federal), artigos publicados na imprensa e as atividades que desenvolveu enquanto foi secretária em Niterói. Também faz lives (transmissão de bate-papo ao vivo pelas mídias digitais) para tirar dúvidas das pessoas. “Quando fui para a Fazenda percebi que se tratava do coração da cidade, resolvi buscar um diálogo mais harmônico, transparente e próximo da população. Quando arrecadamos recursos públicos, precisamos ser transparentes”, justificou, em entrevista ao site fluminense A Tribuna.
Na mesma entrevista, Giovanna, que preside o Fórum Nacional dos Secretários Municipais de Fazenda, se mostrou contrária à anistia de impostos, como o IPTU. “O que fazer com quem pagou a cota única do IPTU em janeiro? Elas ficaram tão apertadas quanto as pessoas que parcelaram. Não é justo com os bons pagadores anistiar quem parcelou”, pontuou. Já em artigo publicado recentemente no jornal O Globo, a futura chefe da Sefaz defendeu “mecanismos como consórcios públicos, agências metropolitanas e arranjos produtivos locais (que) aumentam a escala e melhoram a capacidade de execução e a produtividade de políticas públicas”.
Foto: PDT SP
Por Rodrigo Daniel Silva