domingo, 19 de maio de 2024
Euro 5.5846 Dólar 5.1377

HOTÉIS MANTÉM OTIMISMO PARA VIRADA DE ANO DIFERENTE EM SALVADOR

Redação - 30/12/2020 06:59

Mesmo diante da segunda onda da pandemia de covid-19, a taxa média de ocupação da rede hoteleira de Salvador ficará, no Réveillon deste ano, entre 70% a 75%. A estimativa é da seção Bahia da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA). Em algumas unidades, localizadas na orla marítima da capital, este percentual será superior a 85%. No ano passado, o ocupação de leitos dos hotéis de Salvador, neste mesmo período do ano, alcançou quase 100%.

“Especificamente para a noite do dia 31, a expectativa é de 70% a 75% de ocupação dos leitos de hotéis, mesmo sem grandes festas de Réveillon. Por conta dos protocolos de segurança sanitária, os hotéis estão bem conservadores, seguindo todas as regras”, diz Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA. Lopes conta que entre as aposta destes estabelecimentos para atrair os  hóspedes   estão uma programação mais diversificada, não focando apenas na virada, e sim em todo o período do fim de ano.

“Há muitas coisas interessantes em Salvador, não é necessário ficar apenas no hotel. O dia 31 é uma data muito emblemática, todos queriam ver a queima de fogos, participar de festas e shows, mas infelizmente isso não vai ser possível. Porém, dá pra ver que o perfil das pessoas é diferente, tem mais famílias, que preferem opções de diversões mais tranquilas”, conta. Luciano Lopes  ressalta, no entanto,  que fatores externos, como o número de contaminados em outros estados, influenciam no que acontece na capital baiana, visto que estes locais são os de origem dos turistas que fazem o fluxo para verão soteropolitano.

“Estamos ainda em plena pandemia. Tivemos um ano de 2020 muito difícil, só que a gente vem, aos poucos, de forma lenta e gradual, recuperando a ocupação perdida. Diante do que a gente vinha registrando, o segmento está se recuperando aos poucos, afirmou. “Infelizmente, tudo isso é muito volátil, depende diretamente da taxa de contaminação da covid-19, não apenas em Salvador, mas também em outros estados e municípios que têm participação relevante no nosso turismo, como São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais”.

“É claro que não vai ser como foi no ano passado, por exemplo, não estamos tendo o mesmo número de voos, não está havendo temporada de cruzeiros, mas estamos vendo uma certa mudança de perfil do turista que vem para Salvador. Há um aumento de pessoas que vêm de lugares próximos, que se dirigem à capital de carro, evitando aglomerações”, diz o presidente da associação.

O titular da ABIH-BA também relata uma mudança de perfil do turista que vem para Salvador no final do ano, e por conta disso, visualiza um bom número de ocupação dos hotéis na noite da virada, apesar da data emblemática não contar mais com as tradicionais atrações como shows de artistas renomados e queima de fogos.

Para a Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade do Estado da Bahia (FeTUR-BA), a expectativa de ocupação dos hotéis em Salvador neste fim de ano é de cerca de 50%. Nos últimos oito anos, considerando o período do réveillon, a ocupação média registrada foi de 95% dos leitos. No período do Natal, em que a ocupação média nos últimos anos foi de 55%, a taxa registrada no mesmo recorte de tempo em 2020 foi de apenas 35% de ocupação dos hotéis.

“Com essa segunda onda da covid-19, as pessoas acabam ficando com medo de viajar, de sair de casa. Assim como em 2020, 2021 vai ser bem difícil para nós também. No setor de hotelaria, perdemos cerca de 20 mil postos de trabalho. Infelizmente, só com a vacina nós teremos notícias melhores. Um outro grande problema é que não temos mais opções viáveis no fim de semana, com bares e restaurantes fechados, mesmo aqueles que têm varandas, pátios e mesas nas calçadas”, explica Silvio Pessoa, presidente da FeTUR-BA, ao Correio.

“Não estamos atingindo o ponto de equilíbrio para nos manter viáveis. É complicado ver isso pois as festas estão barradas, mas nas eleições estavam acontecendo diversas festas de comemoração de políticos. É difícil entender isso, até fecharam os leitos de campanha, mesmo com a segunda onda. Aí depois botam a culpa no comércio, no turismo, mesmo tendo menores taxas de contaminação. Eles estigmatizam uma área sem nenhum embasamento técnico”, diz Silvio.

Apesar das preocupações, em especial em relação à viabilidade dos setores de turismo e hotelaria na capital baiana, o presidente da federação mantém boa expectativa em relação ao resto da alta temporada, ressaltando que hotéis, bares e restaurantes sempre tiveram as fiscalizações mais rígidas, sempre sendo acompanhados pela Vigilância Sanitária, além dos protocolos municipais e estaduais, o que garante que a atenção contra a possibilidade de contaminação pelo coronavírus será redobrada. “Todo mundo do setor está utilizando EPIs, máscaras, esterilizando tudo, seguindo o distanciamento social, então o turista que vier para cá, vai receber todo o cuidado do mundo, podendo ficar sem maiores preocupações”, afirma.

Foto: divulgação

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.