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TRUMP SE NEGA A ASSINAR PACOTE DE AJUDA DE US$ 900 BILHÕES

Redação - 23/12/2020 13:30

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, se negou a assinar nesta terça-feira (22) a lei que implementa um pacote de alívio econômico de US$ 900 bilhões, contra os impactos da crise provocada pela pandemia do coronavírus. Trump afirmou que a legislação é uma ‘vergonha’, e exigiu que sejam feitas emendas ao texto aprovado pelo Congresso americano, na madrugada de terça. “Realmente é uma vergonha”, disse o presidente. Ele criticou a inclusão de ajuda financeira às pessoas que estão em situação irregular no país, e provisões para ajudar outras nações. “Pedirei ao Congresso que elimine imediatamente os itens inúteis e desnecessários dessa legislação e apenas me envie um projeto de lei adequado”, destacou.

Pacote aprovado no Congresso

Além de pagamentos diretos à população vulnerável, o pacote traz auxílios a pequenos empresários e destinação de fundos para a distribuição de vacinas contra a Covid-19.O pacote é bem menor que o primeiro, de US$ 2,2 trilhões, aprovado em março, mas era esperado com ansiedade pelo mercado financeiro. Os agentes contavam com novas medidas de incentivo à economia depois de uma desaceleração da retomada nos últimos meses. Os EUA passam por uma forte onda de contágios e assistem novamente ao fechamento de comércios nos estados mais críticos. No dia 14, os EUA chegaram a 300 mil mortes pela doença. Democratas e republicanos negociam os novos estímulos há meses, mas os partidos anunciaram neste domingo que haviam chegado a um acordo. A divisão dos auxílios ficou da seguinte forma:

  • Pequenas empresas: US$ 325 bilhões
  • Pagamentos diretos para a população: US$ 166 bilhões
  • Auxílio a desempregados: US$ 120 bilhões
  • Suporte às escolas: US$ 82 bilhões
  • Distribuição de vacinas e programa de testes: US$ 69 bilhões
  • Auxílio para aluguéis: US$ 25 bilhões
  • Outros: US$ 100 bilhões

Pequenas empresas

As pequenas empresas terão apoio de uma das principais medidas do pacote, que destina US$ 284 bilhões para os “empréstimos perdoáveis” dentro do Programa de Proteção aos Salários (Paycheck Protection Program), que deu resgate aos negócios durante a pandemia. O chamado PPP concede empréstimos que podem ser perdoados se o dinheiro for usado para despesas como a folha de pagamento, aluguel e outros gastos primordiais. O novo aporte amplia a elegibilidade do programa para TVs e rádios locais. Fora da rubrica de pequenas empresas, mas no ambiente de negócios, o plano também inclui ajuda de cerca de US$ 15 bilhões companhias aéreas, um dos setores mais prejudicados pela pandemia.

Pagamentos diretos e aluguéis

Foi aprovada uma nova rodada de pagamentos diretos para população, como reforço de renda. É a segunda parcela desde o início da pandemia, mas houve alteração de valores. Desta vez, a parcela será de US$ 600 para cada adulto e mais US$ 600 para dependentes abaixo dos 17 anos. A quantia é menor do que a primeira rodada, que pagava US$ 1,2 mil por adulto e US$ 500 por dependente. São elegíveis para o programa em sua totalidade quem teve rendimento em 2019 de até US$ 75 mil no ano para indivíduos solo, de US$ 112,5 mil para chefes de família ou US$ 150 mil para casal. A partir dessa quantia, há reduções proporcionais nos repasses. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta segunda que os depósitos começarão a ser feitos do início da próxima semana. A medida deve impulsionar o consumo das famílias e dar ânimo ao crescimento do país. Outros US$ 25 bilhões serão destinados a apoio aos inquilinos que estão com dificuldades no pagamento de aluguéis. Será estendido também até o fim de janeiro a lei que proíbe despejos de quem deixou de pagar por habitação.

Auxílio a desempregados

Será pago um auxílio extra a desempregados, mesmo os que não são elegíveis para o seguro-desemprego tradicional. O valor será de US$ 300 por semana, também menor que a primeira rodada (US$ 600). Trabalhadores autônomos, que também não se enquadrariam nos critérios para seguro-desemprego, ganham ainda um adicional de US$ 100 por semana. Um outro adendo também amplia o prazo para 50 semanas para que desempregados recebam auxílios de apoio a desempregados.

Vacinas e testes contra a Covid-19

O principal aporte do programa vai para os estados americanos formatarem programas de testagem e rastreamento de contatos para o combate ao coronavírus. São US$ 22 bilhões destinados exclusivamente para isso. Os estados recebem outra porção dos recursos para a logística de distribuição de vacinas, ao lado de agências federais, como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Foto: divulgação

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