O Banco Central (BC) reduziu de US$ 50 bilhões para US$ 36 bilhões a estimativa de entrada de investimentos estrangeiros diretos no país em 2020. A informação consta no relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, divulgado nesta quinta-feira (17). Se confirmado, será o menor valor desde 2009 (US$ 31,48 bilhões), ou seja, em 11 anos, informa o G1.
Nos dez primeiros meses deste ano, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 31,914 bilhões, com queda de 44,6% frente ao mesmo período de 2019, quando somaram US$ 57,615 bilhões.
Segundo o BC, a redução da estimativa está relacionada com o resultado dos últimos meses, “que reflete lucros reinvestidos em patamar mais deprimido e amortizações de operações intercompanhia acima do projetado no cenário anterior”.
Para 2021, a instituição baixou de US$ 65 bilhões para US$ 60 bilhões a previsão de entrada de investimentos diretos no país. O BC também baixou de US$ 10,2 bilhões para US$ 7 bilhões a previsão de déficit nas contas externas em 2020. Se confirmado, esse será o melhor resultado desde 2007, quando foi registrado um superávit de US$ 408 milhões nas chamadas “transações correntes”. Ou seja, será o melhor saldo em 13 anos.
Para o próximo ano, a instituição projeta um aumento do rombo nas contas externas de US$ 19 bilhões, relacionado com o “cenário de continuidade da retomada da atividade doméstica, iniciada no terceiro trimestre de 2020, além do crescimento da demanda global e atenuação da intensidade das intervenções não farmacêuticas para contenção da Covid-19”.
O BC também revisou, para cima, sua previsão para o saldo positivo (exportações menos importações) da balança comercial em 2020, para US$ 51 bilhões. No relatório de inflação anterior, divulgado em setembro, a instituição projetava um saldo comercial positivo de US$ 45 bilhões em 2020. Para 2021, a instituição projetou um saldo comercial positivo de US$ 53 bilhões.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil