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BAHIA INVESTIGA MAIS DE 70 SUSPEITAS DE REINFECÇÃO

Redação - 16/12/2020 07:45 - Atualizado 16/12/2020

Quem teve o diagnóstico confirmado para a covid-19 e passou pelos 14 dias de isolamento pode até se sentir mais seguro, porém precisa manter os cuidados. Mais de 70 casos de reinfecção – quando a mesma pessoa é infectada mais de uma vez por um vírus – são investigados na Bahia. Para que a reinfecção ocorra, é preciso que a identidade genética do vírus apresente diferença em relação à primeira e a segunda contaminações.

Segundo a Vigilância Epidemiológica Estadual, 77 casos suspeitos são analisados em 44 municípios baianos. A concentração está na faixa etária de 20 a 49 anos (71,42%).  Do total, 43 suspeitos (58,11%) são profissionais de saúde. Para a conclusão das análises, é necessário, justamente, a finalização do sequenciamento genético do vírus detectado nos pacientes, segundo informou a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) diz que investiga mais de 40 casos possíveis de reinfecção na capital. “Dos 77 casos suspeitos de reinfecção divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde nesta terça-feira (ontem) duas ocorrências foram identificadas em Salvador. O CIEVS – Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Salvador também investiga outros 42 casos de reinfecção pelo novo coronavírus notificados na capital baiana”, diz a nota enviada pela pasta. O primeiro caso confirmado de reinfecção no país foi divulgado no dia 10 pelo Ministério da Saúde e ocorreu com uma profissional de saúde de 37 anos, residente em Natal, Rio Grande do Norte.

“Para que uma reinfecção seja confirmada, é preciso ter material da primeira infecção e da segunda em quantidade suficiente para se isolar o vírus que é sequenciado, que é um detalhamento da sequência do gene do vírus, para saber se ele é exatamente igual ou se tem uma pequena variação. É  comum mesmo em vírus que não sofrem grandes mutações haver essa pequena variação que serve como uma pista de que houve um outro indivíduo, outro vírus, que não foi exatamente o que causou a primeira infecção”, explica Viviane Boaventura, médica imunologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz – Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) e da Rede CoVid; além de  professora adjunta da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Um outro critério utilizado pelos estudiosos é um espaço de tempo grande entre o primeiro e o segundo diagnóstico no paciente.

Os casos de reinfecção ainda são novidade para os profissionais e ainda não existe um motivo determinado que levaria uma pessoa  a passar pela doença duas vezes. “Está ainda tudo em investigação e existem algumas pistas, como sintomas leves na primeira infecção. Outra hipótese é que podem haver indivíduos mais suscetíveis a ter uma resposta melhor ao virus que outros; além da intensidade da exposição ao vírus que pode influenciar no tipo de resposta”, diz Viviane.

Foto: divulgação

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