Um estudo publicado nesta terça-feira (15) na revista científica “The BMJ” coloca em números o desafio de garantir acesso às vacinas contra a Covid-19 e sinaliza que, mesmo em um cenário otimista, a produção de imunizantes já prevista deixará, ao menos, um quarto da população mundial sem vacinas até meados de 2022. ‘Nem todo mundo terá acesso às vacinas no início do ano que vem’, aponta OMS. Apesar dessa previsão, os pesquisadores Anthony D. So e Joshua Woo, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, alertam que a projeção está baseada na hipótese de que todos os desenvolvedores terão sucesso nos testes e conseguirão manter o ritmo de produção.
E para que “apenas” um quarto da população mundial fique na fila para ser atendida com a produção prometida para a partir de 2022 é preciso que, além do sucesso nos testes, fabricação e distribuição, países que fizeram reserva de doses acima da quantidade necessária para a sua população redistribuam estoques. Até 15 de novembro, os países reservaram um total de 7,48 bilhões de doses. Considerando que a maioria das vacinas precisa de duas doses, o total é suficiente para imunizar 3,76 bilhões das cerca de 7,5 bilhões de pessoas na população mundial.
Anthony D. So e Joshua Woo explicam que os compromissos de compra reunidos pelos pesquisadores foram assinados com 13 empresas desenvolvedoras, de um total de 48 vacinas candidatas em testes clínicos. Um total de 51% dessas doses serão destinadas a países de alta renda, que concentram 14% da população mundial, de acordo com os pesquisadores. De acordo com os pesquisadores, se todas as vacinas candidatas tiverem sucesso, a capacidade total de produção pode ser suficiente para imunizar 5,96 bilhões de pessoas até o fim de 2021, com os preços oscilando entre US$ 6 (£4.50; €4.90) a US$ 74 para cada pessoa imunizada.
Foto: divulgação