O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que, por conta dos riscos associados à pandemia do novo coronavírus, a economia pode apresentar uma “retomada ainda mais gradual” e indicou que pode voltar a subir a taxa básica de juros no futuro. As informações constam na ata de sua última reunião, realizada na semana passada, quando a taxa Selic foi mantida na mínima histórica de 2% ao ano. O documento foi divulgado nesta terça-feira (15).
Na ata de sua última reunião, o Copom mudou a comunicação sobre o chamado “forward guidance” mecanismo que impede aumento do juro básico da economia. Na reunião da semana passada, porém, informou que, “em breve”, as condições para manutenção mecanismo podem não ser mais atendidas. Com isso, o BC indicou que a taxa Selic pode voltar a subir no futuro, como já espera o mercado financeiro. Para os analistas dos bancos, a taxa Selic avançaria para 2,25% ao ano em agosto de 2021, para 2,5% em setembro, para 2,75% em outubro e para 3% ao ano em dezembro do próximo ano.
O Copom acrescentou, porém, que essa mudança de comunicação “não implica em uma elevação imediata da taxa básica de juros”, já que a economia ainda precisa de estímulos monetários. “No cenário de retirada do ‘forward guidance’, a condução da política monetária seguirá o receituário do regime de metas para a inflação, baseado na análise da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”, informou o BC.
Para 2021, ano no qual o BC passou a mirar as decisões, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%. Para 2022, a meta central é de 3,5%, e o IPCA pode oscilar entre a banda de 2% a 5%. No cenário com juros e câmbio estimados pelo mercado financeiro, o BC estimou que a inflação ficará em torno de 4,3% para 2020, de 3,4% para 2021 e de 3,4% para 2022. (G1)
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil