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PESQUISA REVELA A PERCEPÇÃO DOS BRASILEIROS SOBRE O COPOM

Redação - 14/12/2020 11:28 - Atualizado 14/12/2020

Aguardada como poucas outras, a última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) realizada na quarta-feira (09) terminou sem alterações na Selic, a taxa básica de juros, que segue em 2% ao ano. Entretanto, uma maioria considerável dos brasileiros (55,1%) avaliou como negativa a determinação do órgão financeiro. Essa é apenas uma das conclusões do mais novo estudo da Orbit Data Science, que monitorou 2.706 comentários públicos nas redes sociais entre quarta e sexta-feira (11). Acesse a pesquisa, com gráficos interativos, aqui.

Os principais fatores atrelados às críticas são a pressão inflacionária, os juros bancários praticados no Brasil e o impacto negativo no rendimento da poupança. Os que apoiaram a manutenção da taxa somam 41,4% das opiniões e defendem seu ponto elencando fatores como produção, emprego e consumo. Além disso, relativizam a pressão inflacionária apontada pelos críticos, prevendo a cessão da mesma. Os indiferentes à manutenção da taxa somaram 3,5%.

O estudo apurou que entre aqueles que defendem a Selic baixa, 46,1% opinam que “a taxa baixa é boa”, enquanto 28,0% acham que “a Selic alta é ruim” e 25,9% acreditam que “o Banco Central deveria reduzir ainda mais a Selic”. Já os brasileiros que acham que a Selic deveria aumentar os principais comentários foram “O BC tem que aumentar” (53,8%), “Selic baixa é ruim” (34,9%), “Selic deve ficar acima de 10%” (6,6%) e “Selic alta é boa” (4,5%).

“É um resultado interessante. Estávamos curiosos para entender a percepção geral dos brasileiros quanto a esse assunto que impacta a todos, mas que muita gente não entende ou, pelo menos, não costuma comentar muito. O que é possível observar é um temor quanto à ascensão da inflação e a ideia de que elevar a Selic seria uma das maneiras mais eficientes de frear esse movimento”, explica Caio Simi, economista e CEO da Orbit Data Science.

Quando falaram de investimento, a opinião predominante entre os brasileiros é de que não é hora de entrar em renda fixa, especialmente a caderneta de poupança. Entre os comentários recomendando investimentos, a renda variável é o caminho mais indicado, especialmente ações na bolsa de valores. Entre os que não gostaram da manutenção, 36,6% citaram ‘inflação’ em seus comentários. Já 14,7% dos comentários entre os que aprovaram a permanência da Selic a 2% mencionaram o termo. “Existe um pouco de polarização nesse tema.

Outras questões, às vezes políticas, são trazidas para essa questão da Selic. Mas ainda é uma discussão muito técnica. A polarização política ainda não afetou o debate da taxa de juros como afeta outros assuntos”, acredita Fernando Hargreaves, Diretor de Projetos da Orbit Data Science. Outro aspecto interessante é sobre as expectativas futuras quanto à Selic. Entre os que se manifestaram sobre o tema, 91,4% acreditam que “a taxa não se manterá baixa por muito tempo” enquanto 8,6% disseram que “a Selic não deve cair mais”.

“Observamos ainda outros fatores, que apareceram também, mas citados em menor escala. Como por exemplo, dólar, juros bancários, dívida, poupança, consumo e emprego, entre outros. É importante considerar no balaio de percepções esses outros aspectos que monitoramos quando foram citados nos comentários”, esclarece Hargreaves, líder da pesquisa. Neste link você encontra um gráfico com estes aspectos da pesquisa.

Em contrapartida à categoria de “recomendação de investimento”, chamou a atenção dos analistas também uma outra, classificada como “restrição de investimento”, com comentários sugerindo fugir de renda fixa, principalmente poupança. Dentro de “recomendação de investimento” encontram-se majoritariamente pessoas que estão falando em bolsa de valores. Também houve comentários mencionando bitcoin e câmbio, por exemplo.

Foto: divulgação

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