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FAROESTE: DESEMBARGADORA ATUOU PARA OBSTRUIR INVESTIGAÇÕES, DIZ TESTEMUNHA

Redação - 14/12/2020 19:14 - Atualizado 14/12/2020

A desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, presa temporariamente nesta segunda-feira (14), no âmbito da Operação Faroeste, teria atuado para obstruir as investigações contra seu grupo usando sua posição de poder.

O MPF apresentou o relato de uma assessora da magistrada, segundo a qual teria recebido visita presencial da desembargadora intimidando-a a apagar um documento de um computador do colega. O motivo era a iminência da deflagração de uma nova fase da Operação Faroeste.
“Como se percebe, a desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima passou a adotar, já no corrente ano, comportamentos ostensivos de destruição de evidências que possam incriminá-la, chegando até mesmo a intimidar seus próprios servidores”, concluiu o ministro Og Fernandes, ao justificar a determinação de prisão temporária da desembargadora.

A depoente ainda citou que a desembargadora Lígia Ramos dificilmente produzia seus votos e decisões, o que delegava a seus assessores, mas havia vezes nas quais a magistrada aparecia com voto ou decisão logo após algum encontro ou almoço. O comentário geral, segundo o depoimento apresentado pelo MPF, era que esses votos eram passados ou de interesse dos seus filhos, que frequentemente iam ao gabinete da mãe.

A Operação Faroeste investiga o suposto esquema de vendas de decisões judiciais no Tribunal de Justiça da Bahia. As 6ª e 7ª foram deflagradas nesta segunda-feira (14), com o cumprimento de 36 mandados de busca e apreensão em Salvador, Barreiras, Catu, Uibaí e em Brasília, no Distrito Federal. Além das desembargadoras, foram alvo da operação o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, que foi afastado do cargo por um ano; a ex-chefe do Ministério Público da Bahia, Ediene Lousado; e advogados filhos de desembargadores.

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