A história de uma mulher que lutou com armas para por fim a escravidão. A história de uma mulher que usou sua liberdade para lutar contra a escravidão da mulher. Esse é o tema do livro “Luiza Mahin” do escritor Armando Avena, que apresenta aos brasileiros essa mulher incrível, num romance que conta a luta e os amores da principal heroína negra da história do Brasil.
A história conta a revolta dos Malês, que em janeiro de 1835 colocou mil homens e mulheres, armados e com vestes brancas, nas ruas de Salvador e eles tomaram a cidade por uma dia tendo como objetivo libertar os escravos e criar um Estado Islâmico. O surpreendente é que entre o revoltosos havia uma mulher: Luiza Mahin, uma ex-escrava, alfabetizada e linda, que liderou os escravos.
O livro causa polêmica porque Luiza é retratada como uma líder dos revoltosos, mas também como uma mulher livre, que ama os homens que deseja, brancos ou negros, pois, segundo ela, é a única dona da sua liberdade.
Quem liderou a revolta foram negros muçulmanos alfabetizados, que se uniram a negros de outras etnias, e organizaram tudo, até um banco foi criado para financiar as ações. E Luiza é o contraponto entre suas lutas religiosas e o machismo que está entranhado nos brancos, mas que existe também entre os negros e mais ainda entre os muçulmanos.
A narrativa acompanha o movimento dos negros e entrelaça a revolta com a biografia e os amores da líder, Luiza Mahin. Segundo Avena, Luiza é símbolo da mulher livre e se tem a força de uma guerreira, tem também a sensualidade das heroínas de Jorge Amado.
Avena, que tem nove livros publicados, entre eles um romance surpreendente e anti-misógino chamado “O Evangelho Segundo Maria”. também lançado pela Editora Geração em São Paulo
Veja abaixo o artigo ” Toda mulher negra é um pouco Luiza Mahin ” de Jefferson Bacelar, pesquisador do CEO, professor do pós afro da Universidade Federal da Bahia.