Os agentes do mercado acompanham o otimismo exterior, na manhã desta quinta-feira (10), e repercutem a recente sinalização do Banco Central, de que pode haver um aumento na taxa Selic em breve como forma de conter a inflação.
“A entidade abriu a porta para reajustes na taxa básica de juros no início de 2021, o que vai ao encontro das preocupações dos investidores”, diz Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.
Hoje, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, relatou progressos nas negociações entre governo e oposição em torno de um novo pacote fiscal para os Estados Unidos, considerado fundamental para apoiar a economia do país, impactada pela segunda onda de covid-19. Ele, contudo, não deu prazo para o desfecho do impasse.
Com isso, o dólar à vista caiu 2,55%, a R$ 5,0417 na venda, menor nível desde 16 de junho (R$ 4,9398) e maior queda percentual diária desde 6 de novembro (-2,80%).
Uma “tempestade perfeita” se abateu sobre o dólar no mercado brasileiro nesta quinta-feira, com a moeda se aproximando do suporte psicológico de R$ 5, puxada por forte ajuste de posições pró-Brasil num contexto de esperanças sobre reformas locais e de mais ingresso de fluxo estrangeiro.
A sinalização do Banco Central de que o ciclo de cortes da Selic caminha para um fim, o salto nos preços das commodities e a confirmação pelo BC de que dará saída parcial ao mercado na esteira do desmonte do overhedge minaram qualquer demanda pela moeda norte-americana nesta sessão.
A cotação oscilou em baixa durante todo o dia, indo de R$ 5,1334 na máxima (-0,78%) a R$ 5,0322 (-2,73%) na mínima.
Diante desse cenário, a bolsa paulista mostrava viés positivo. Seguindo o otimismo no exterior, o Ibovespa avançou e fechou acima do patamar dos 115 mil pontos. O índice avançou 1,88%, para 115.128,23 pontos.
Destaque para as ações da CSN, que dispararam 10,50% e lideraram os ganhos de hoje depois que a empresa anunciou que estima fechar o ano com Ebitida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado de R$ 11,2 bilhões neste ano, com margem de 35%. ( Com informações da Reuters)
Foto: Rick Wilking/ Reuters