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REDE D’OR LEVANTA O 3º MAIOR IPO DO PAÍS E CHEGA À B3 VALENDO R$ 112,5 BI

Redação - 09/12/2020 07:21

Criada do zero pelo cardiologista Jorge Moll Filho, a Rede D’Or, maior grupo de hospitais privados do País, concluiu nesta terça-feira, 8, sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês),a terceira maior da história da Bolsa brasileira. A operação, atrás apenas de Santander Brasil e BB Seguridade, movimentou R$ 11,39 bilhões e a companhia estreia amanhã na B3 já entre as dez mais valiosas da Bolsa, com um valor de mercado de quase R$ 112,5 bilhões. A ação da empresa foi precificada em R$ 57,92, um pouco acima do centro da faixa indicativa de preço. A ideia inicial do grupo era fazer o IPO em junho. Mas a pandemia do covid-19, que colocou o setor da saúde no epicentro da crise, obrigou a companhia a postergar o plano para que 100% do foco se voltasse à administração do negócio.

A demanda pelas ações foi alta, com as principais gestoras do País fazendo aportes, apurou o Estadão. Dos estrangeiros, entraram a americana Capital Group, além do fundo de um dos investidores mais conhecidos do mundo, George Soros. O caixa da companhia receberá uma injeção de R$ 8,44 bilhões, dinheiro que será direcionado para aquisições. O restante, ou R$ 2,95 bilhões, vai para o bolso dos acionistas vendedores: o fundo de private equity Carlyle, o fundo soberano de Cingapura (GIC) e o BTG Pactual. A família não vendeu nenhuma ação.

Jorge Moll Filho começou a construir o conglomerado há cerca de 30 anos, mas sua trajetória como médico-empreendedor teve início antes, em 1977, quando inaugurou o Grupo Labs. A primeira unidade, Cardiolab, atuava na área de diagnósticos médicos. Moll Filho vendeu a empresa em 2010 para o Grupo Fleury, em uma operação de R$ 1,19 bilhão. Capitalizado, passou a comprar hospitais em cidades como Rio, São Paulo, São José dos Campos, Brasília e Recife, começando a dar tração ao seu atual império. Perto de completar 75 anos, o empresário é pai de cinco filhos: Jorge, Renata, André, Pedro e Paulo. Os três mais velhos são também médicos e trabalham na empresa. O primogênito, Jorge, visto como “gênio da família”, por exemplo, conduz o Instituto de Pesquisa Rede D’Or, entidade que ajudou a fundar.

Mas foram os dois mais novos que passaram a cuidar da gestão da companhia. Administrador de empresas, Pedro faz parte do conselho de administração, enquanto o caçula Paulo, economista pelo Ibmec Rio, assumiu no início do ano a presidência do grupo. Aos 39 anos, e desde os 20 na empresa, Paulo substituiu Heráclito Brito, que estava no posto desde 2013, quando Jorge Moll Filho deixou a presidência executiva e passou a comandar o conselho de administração. O filho mais novo, que ocupava a vice-presidência executiva do grupo, passou por um processo preparatório para a troca de bastão por cerca de quatro anos.  À frente agora da gigante da saúde, Paulo tem a meta de dobrar o tamanho do grupo em cinco anos, conforme o que foi apresentado a investidores no roadshow, que é a reunião para apresentação da companhia antes do IPO, apurou o Estadão. A missão colocada na mesa é adicionar aos 8,5 mil leitos já existentes, 5,2 mil de forma orgânica e outros 5 mil via aquisição, segundo fontes. “Não conseguir realizar todas as aquisições é hoje o principal risco do grupo. O negócio tem pouca relação com ambiente macroeconômico”, disse um gestor, que investiu no IPO e que participou das reuniões.

Foto: divulgação

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