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AS ELEIÇÕES EM 2022 E O XADREZ DA POLÍTICA BAIANA

Redação - 07/12/2020 13:41 - Atualizado 07/12/2020

O processo eleitoral de 2020 ainda não acabou, pois teremos disputa de 2º turno em Macapá, mas todo o mundo político já se debruça sobre as eleições de 2022. Na Bahia esse tema já domina as discussões e, embora ainda seja cedo para especulações sobre quem serão os candidatos ao governo do Estado, vários candidatos já estão postos.

O prefeito ACM Neto, por exemplo, é candidatíssimo ao governo e já está montando uma estratégia de viagens pelo interior e até um grupo de especialistas para começar a estudar propostas para o desenvolvimento da Bahia. Aí são poucas as dúvidas. Em primeiro lugar, há a hipótese pouco provável de ACM Neto ser seduzido pela disputa nacional e ele já disse que não descarta a possibilidade de ser candidato a Presidente da República. Mas isso é quase impossível, dado que Neto é um desconhecido nesse imenso Brasilzão e o único cargo viável para ele em uma coligação nacional seria o de vice, como representante no Nordeste. Dificilmente ACM Neto, que já é um politico experiente,  embarcaria nessa, especialmente porque já tem pronta a plataforma para se colocar como candidato forte ao governo do Estado. Assim, na oposição, a grande disputa será pelo posto de vice-governador e de senador e aí são muitos os postulantes a começar pelo ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo.

No âmbito da situação, o grande desafio será montar uma chapa sem esfacelar a aliança que hoje governa a Bahia, composta pelo PT, do governador Rui Costa e do senador Jaques Wagner, pelo PSD do senador Otto Alencar e pelo PP do vice-governador, João Leão.  E aí temos um problema: existem apenas 3 vagas para 4 postulantes, já que a eleição será para apenas 1/3 do Senado, o que significa que só haverá  um candidato a senador.

Ora, nessa equação política há muito o que especular a começar pelo futuro de Rui Costa que teria a possibilidade de se descompatibilizar, candidatando-se ao Senado, o que seria o caminho mais natural. Mas ao fazer isso assumirá o governo da Bahia o vice-governador João Leão, que poderia, inclusive, candidatar-se a reeleição. Ocorre que o senador Otto Alencar (PSD), considerado por muitos como o nome natural para a sucessão de Rui Costa, é candidato ao Palácio de Ondina e seu nome está posto como foi colocado pelo deputado Charles Fernandes esta semana.  E o vice-governador João Leão corre por fora, mas com todas as possibilidades de pleiteiar também a cabeça da chapa.

E aí temos uma equação política difícil de ser solucionada e que passa por várias hipóteses. Em uma delas o senador Jaques Wagner sairia como candidato ao governo e o senador Otto Alencar tentaria renovar seu mandato no Senado. Mas nessa hipótese o governador Rui Costa ficaria sem mandato ou teria que se tornar uma alternativa política nacional, como candidato a presidente ou a vice, o que não parece fácil na atual conjuntura.  A outra possibilidade seria a do governador não se descompatibilizar e não participar da eleição, o que significa que ficaria sem mandato político, um pausa sem sentido em uma carreira política vitoriosa.

Como se vê é uma equação de difícil solução que tem como dado adicional o fato do ex-governador Jaques Wagner, embora já posto como o candidato mais competitivo  na disputa com ACM Neto,  ser o único que tem mandato por mais 4 anos entre os lideres dos três partidos que comandam a coligação governista e, teoricamente, não precisaria se candidatar.

Em resumo: política é uma jogo de xadrez e são muitas as jogadas possíveis, mas, no âmbito dos governistas,  a próxima será a eleição para a Presidência da Assembleia Legislativa, jogada que poderá começar a mexer no tabuleiro. (EP-07/12/2020)

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