A iminência de uma segunda onda de contágio da Covid-19 está assustando os baianos e as autoridades. Não é pra menos, afinal já se conhece o poder de disseminação da doença e sua letalidade. A vida está sempre em primeiro lugar e tanto a população quanto o poder público vão precisar agir. A população precisa tomar consciência de que a Covid não acabou e fazer sua parte evitando aglomerações, usando máscara e mantendo os cuidados sanitários. E as autoridades devem tomar as medidas necessárias para proteger a população, mas é preciso ter muita calma nessa hora.
O problema é que entre os infectados na pandemia existe um paciente especial, a atividade econômica, que quase morreu no primeiro surto da doença e ainda está extremamente debilitado. E esse paciente não vai aguentar uma nova rodada de medidas radicais, tipo lockdown ou restrições amplas ao comércio e aos serviços, pois o efeito seria não apenas a quebradeira das empresas, mas também uma redução ainda maior do emprego e da geração de renda.
Não se trata de voltar a discutir um suposto dilema entre saúde e economia, mas de ter consciência que o auxilio emergencial já foi reduzido pela metade, que sua última parcela será paga em dezembro e que o governo, atolado na crise fiscal, não parece ter condições de estender o beneficio. Além disso, não vamos esquecer que a Bahia registrou em outubro uma taxa de desemprego da ordem de 20%, a 2ª maior do país, o que significa que 1,3 milhões de pessoas estão desempregadas. E essa taxa não foi maior porque setores como a indústria de transformação, o comércio, os serviços e a construção civil, que criou 28 mil novos empregos formais em outubro, passaram a contratar após a retomada das atividades econômicas.
Em janeiro, já não haverá o programa de manutenção dos empregos e milhares de pessoas que não terão o auxilio emergencial buscarão no mercado de trabalho sua sobrevivência e a economia precisa estar funcionando – inclusive o setor informal que responde por quase 50% da ocupação – para assim absorver pelo menos uma parcela dessa população.
Não vamos esquecer também que a atividade econômica no 1º trimestre de 2021 em Salvador já está comprometida pela redução do turismo e pela suspensão das festas de largo e do Carnaval. Por isso, os governantes, sem descuidar da população, precisam ter bom senso e extremo cuidado na adoção de novas medidas restritivas, exigindo, como tem sido feito, o protocolo de segurança sanitária, atuando na repressão às festas e aglomerações, ampliando os leitos de UTI e os cuidados médicos, mas mantendo o funcionamento do comércio, bares e restaurantes, serviços e atividades turísticas.
O LEILÃO DA FIOL
Fontes no Ministério da Infraestrutura confirmam que o lançamento do edital para o leilão do trecho da Fiol – Ferrovia Oeste Leste entre Ilhéus e Caetité ocorrerá ainda este mês ou, no mais tardar, em janeiro. Se as obras forem retomadas no 1º trimestre de 2021, é grande a possibilidade do trecho ficar pronto em 2022, o que seria um troféu para o Presidente Bolsonaro no ano em que disputará a reeleição. Leilão realizado, a Bamin agilizará as obras do Porto Sul, concluindo o terminal de uso privado em 2022. Se tudo der certo, a Bahia entrará o ano de 2023 com um corredor de exportação competitivo, gerando oportunidades de negócios em várias cidades, a exemplo de Caetité, Brumado e Ilhéus.
SCREAM FESTIVAL
Esta semana começa o Scream Festival, um evento que reúne mais de 130 profissionais de vários países e várias áreas ligadas à criatividade, incluindo escritores, publicitários, empresários e outros. Nesta sexta-feira (4), às 11 horas, vou participar do evento dividindo o painel “Salvador, E agora vai?” com o publicitário Maurício Magalhães, onde vamos discutir as vocações da capital baiana, as tendências para o futuro e suas oportunidades econômicas. O evento poderá ser visto no site www.screamfestival.com.br, onde as inscrições gratuitas poderão ser feitas. O Scream Festival, é uma realização da ABMO – Associação Baiana do Mercado Publicitário e da Saltur, com a parceria do Sebrae.