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JORNAL A TARDE – ARMANDO AVENA: 2021: COM OU SEM EMOÇÃO

Redação - 26/11/2020 08:35 - Atualizado 26/11/2020

Como será 2021? Com ou sem emoção? A resposta é imediata: será com emoção e muita! Para começar o 1º trimestre será marcado pela expectativa da aplicação da vacina, o que vai gerar muita turbulência, mas provavelmente até o final do 1º semestre a maioria da população estará imunizada. Com a vacina, a economia, que já está crescendo, pode deslanchar.

O problema é que do lado de fora da casa Brasil tem um fantasma e um dragão batendo na porta. Enquanto o Ministro Paulo Guedes fica “rolando lero”, o fantasma do desemprego está assustando a casa inteira e o dragão da inflação ameaça tocar fogo nela. O fantasma é assustador, especialmente porque a população desempregada não irá contar mais com o auxílio emergencial,  mas, apesar disso, vencida a pandemia e com a população de volta às ruas, a economia vai responder positivamente aumentando a produção, já que existe uma demanda reprimida na classe média e certo nível de poupança que vai desaguar no consumo e no investimento. E essa retomada pode acalmar um pouco o fantasma do desemprego, ainda que em nível bem inferior às necessidades.

O problema é que o previsível aquecimento da economia no 1º semestre de 2021 vai ser como gasolina nas labaredas ainda tímidas que estão saindo da boca do dragão.  A inflação, medida pelo IPCA, que em agosto ficou em apenas 0,24%, pulou, em setembro, para 0,94% e a prévia de outubro, divulgada na última terça-feira, bateu em 0,81%, a maior variação para um mês de novembro desde 2015. E essa inflação já não está restrita apenas aos alimentos, mas já se disseminou por vários segmentos.

A taxa acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses já atingiu 4,22% em novembro, ou seja, acima da meta de 4,0% perseguida pelo Banco Central em 2020, embora dentro do intervalo de tolerância. Não é difícil explicar o avanço da inflação, afinal o governo injetou bilhões na economia sem lastro produtivo e isso gera inflação ou descontrole nas contas públicas. Além disso, a cotação do dólar, que era de R$ 4,00 em agosto de 2019 e pulou para R$ 5,40, um aumento de 35% e isso jogou nas alturas o preço de insumos e matérias-primas importadas.

Com o aquecimento da demanda, ou os empresários repassam o aumento do câmbio para os preços ou vai faltar produto, ou melhor, já está faltando. E isso sem contar a pressão nos alimentos, pois com o dólar nas alturas e a China comprando tudo é muito melhor exportar do que vender aqui dentro. Em resumo:  a retomada da economia no 2º semestre já mostra como será 2021: ampliação, ainda que insuficiente, nas vagas de emprego em vários setores e crescimento nos índices inflacionários. Pois é, se nada for feito, emoção é o que não vai faltar em 2021.

                                                  DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Em 2019, cerca de 23% da população baiana era composta de pessoas pretas, equivalendo a 3,3 milhões pessoas. Se forem incluídos também as pessoas que se declaram pardas, o percentual sobe para 80% da população ou 11,9 milhões de pessoas.

Em Salvador quase 40% da população se considera preta, a maior proporção entre as capitais brasileiras, equivalendo a 1,2 milhão de pessoas. Se for incluído as pessoas que se declaram pardas, Salvador transforma-se na Roma Negra com cerca de 85% de sua população identificando-se assim. Os governos precisam adotar essa estatística e gerar  políticas públicas mais igualitárias. E a economia precisa perceber que o mercado afro é o que mais cresce no país.

                                              RANKING DOS SUPERMERCADOS

Um leitor pede o ranking dos supermercados na Bahia. Lembro que o mercado baiano é servido por grandes redes nacionais cujas sedes ficam em outros estados. Mas, adotando como parâmetro ter sede na Bahia, as 5 maiores redes de supermercados são: Atakarejo, 22ª maior rede do país, com faturamento de cerca de R$ 2 bilhões e 4,2 mil empregados. Em seguida vem a Rede Mix,  64ª no país, com faturamento de R$ 650 milhões e 1,6 mil trabalhadores e o Hiperideal, que fatura R$ 600 milhões e emprega 1,8 mil pessoas. Em 4º lugar está a rede Novo Mix, com faturamento de R$ 400 milhões e 1,1 mil trabalhadores e em 5º o supermercado Itão, de Itabuna, com receita de R$ 150 milhões e empregando 500 pessoas.

 

 

 

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