Em novembro, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da CNC e Fecomércio-BA, registrou queda no número de famílias endividadas de 66,3% em outubro para os atuais 65,1%. Essa foi a segunda queda consecutiva, porém ainda está muito acima dos 43,6% vistos em novembro de 2019.
No total, são 604 mil famílias na capital baiana com algum tipo de dívida, 10,5 mil a menos do que outubro e 200 mil a mais do que em relação a novembro de 2019.
“Em termos absolutos, houve ligeira redução de 10 mil famílias que voltaram a equilibrar o seu orçamento. Porém, o atual patamar de 267 mil famílias que não pagaram a dívida até a data do vencimento ainda é preocupante, pois há um ano o número de famílias inadimplentes era de 120 mil”, explica o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
As razões para a melhora dos níveis mensais de endividamento e inadimplência passam principalmente pela geração de emprego. Só em Salvador, entre agosto e setembro, por exemplo, foram criadas seis mil vagas. Com 93,9% em novembro, bem acima dos 86,7% do mesmo período do ano passado, o maior tipo de dívida é o cartão de crédito.
Em segundo lugar vem os carnês com 6,1%, seguido do cheque especial e crédito consignado, ambos com 3,7%.
No geral, os números mostraram uma melhora das condições financeiras das famílias de Salvador. De acordo com Dietze, isso vem em boa hora, no final do ano, quando ocorre a principal data comemorativa do comércio, o Natal. “As famílias com condição de consumo, com destaque para compra via crédito, tornam a retomada da economia mais sólida”, pontua.
Entretanto, o economista alerta que embora haja uma melhora no emprego e na renda, as famílias devem manter o monitoramento dos gastos, evitando uma relação da dívida sobre a renda superior a 30%.
“Ou seja, se a família ganha mil reais, o ideal é que a dívida não ultrapasse os 300 reais. A preocupação se dá pelas contas de início de ano como IPTU, IPVA, matrícula escolar, entre outros, que sem um orçamento equilibrado neste final de ano pode prejudicar o consumo do domicílio, como também a capacidade de recuperação da economia como um todo”, finaliza o consultor econômico.
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