O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina registrou ligeira melhora ao passar de 43,2 pontos negativos para 39,3 pontos negativos do terceiro para o quarto trimestre deste ano. Apesar da evolução de 3,9 pontos, o indicador continua na zona desfavorável do ciclo econômico.
O ICE, divulgado hoje (24) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é calculado com base na média geométrica entre o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE).
A melhora do ICE foi influenciada principalmente pela melhora do ISA, que subiu 4,4 pontos no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior, passando de 98 pontos negativos para 93,6 pontos negativos, “um resultado ainda extremamente ruim”, segundo a FGV. Já o IE passou de 41,1 pontos positivos para 42,8 pontos positivos, uma alta de 1,7 ponto, segundo apurações da Agência Brasil.
Na sondagem anterior, a FGV destacou que a melhora do clima econômico do segundo para o terceiro trimestre era explicada pela reversão nas expectativas que passaram de pessimistas para otimistas, enquanto a avaliação da situação atual continuava piorando.
Resultados dos países
Houve avanço do ICE em todos os países, exceto na Argentina e no Brasil. Apesar disso, os indicadores de todos os países analisados continuam em níveis desfavoráveis. Na Argentina, o ICE recuou em 13,5 pontos, para 41 pontos negativos no quarto trimestre.
No Brasil, a piora foi pequena, e o ICE passou de 32 pontos negativos para 32,8 pontos negativos do terceiro para o quarto trimestre. O país com o melhor ICE é o Paraguai (14,8 pontos negativos), seguido do Uruguai (21,4 pontos negativos) e da Colômbia (28,5 pontos negativos).
De acordo com a FGV, seguindo a mesma tendência observada no ICE, o ISA continua em patamar considerado desfavorável em todos os países analisados desde o segundo trimestre do ano. Quatro países registraram alta do ISA no quarto trimestre (Brasil, Chile, Paraguai e Peru), sendo que o maior ganho foi no Paraguai, onde o indicador aumentou em 14,3 pontos, ao passar para 85,7 pontos negativos no quarto trimestre.
Equador e México mantiveram o indicador no nível mínimo de 100 pontos negativos nos terceiro e quarto trimestres. Na Argentina, Bolívia, Colômbia e Uruguai, houve queda do ISA. Além do Paraguai, apenas o Brasil apresenta um ISA entre 80 e 90 pontos negativos, todos os outros países têm ISA entre 90 e 100 pontos negativos. Na avaliação sobre o quadro atual, os especialistas em geral consideram a situação muito desfavorável nos países.
Os indicadores de expectativas da região, por sua vez, estão em patamar favorável em todos os países no quarto trimestre de 2020. Os destaques desta edição foram Bolívia, Equador e México, que apresentaram IE negativo no terceiro trimestre e passaram para a zona positiva. Além desses três países, todos os outros registram aumento no IE. As exceções são: Argentina (queda de 39,4 pontos), Brasil (queda de 35,7 pontos), e Chile (queda de 10 pontos).
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil