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BRASILEIROS USAM O AUXÍLIO EMERGENCIAL PARA QUITAR DÍVIDAS

Redação - 23/11/2020 19:10 - Atualizado 23/11/2020

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC – mostra que o endividamento das famílias cresceu em nível recorde em agosto. Entretanto, dados do Grupo KSL mostra que nesse período, o número de acordos cumpridos entre as famílias que receberam o auxílio emergencial atingiu o 66%.

Especialistas acreditam que o fenômeno tenha relação com a necessidade da população em recuperar acesso ao crédito. “A porcentagem de inadimplentes que receberam auxílio variou bastante entre as carteiras, algumas chegaram à 50% de pessoas que receberam, outras 40%. Mas foi constatado que entre os clientes beneficiários, acordo cumprido chegou a casa dos 66%”, comenta Edemilson Koji Motoda, presidente do Grupo KSL.

Motoda acredita que os níveis de inadimplência variam muito de acordo com o segmento, o prazo da dívida, o tipo de devedor (PJ ou PF) e cada um pode ser analisado de formas diferentes. “Ao comparar o 1º e 2º trimestre de 2020 as recuperações dos contratos de Pessoa Jurídica, para o prazo de 60 dias de entrada no escritório, algumas carteiras tiveram queda de 18,43%. Já os contratos de Pessoa física, em algumas carteiras, chegaram a apresentar aumento na recuperação de até 10% em relação ao primeiro trimestre”, comenta.

O empresário reforça que nesse momento o consumidor deixou de consumir muitas coisas que antes fazia parte de sua rotina e acabou alterando algumas prioridades, por exemplo, se antes comia todos os dias fora, passou a cozinhar em casa, talvez nesse caso passou a gastar menos e com isso conseguiu economizar algum dinheiro. Já as empresas, especialmente as micro e médias empresas, podem ter sofrido mais o efeito da crise, uma vez que tiveram que fechar suas portas por dois ou até três meses.

Porém, mesmo com a população quitando as dívidas é preciso estar atento, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – a taxa de desemprego no país subiu para do recorde de 13,8% no trimestre encerrado em julho, atingindo mais de 13 milhões de pessoas. “É importante buscar estratégias que auxiliem o inadimplente nesse momento para que não acumule ainda mais dívidas e encargos, assim como o credor deve estar atento às necessidades do cliente para conseguirmos encontrar condições que atendam aos dois lados da negociação”, finaliza.

 

 

 

Foto: Siumara Gonçalves

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