O Ministério Público Federal denunciou seis pessoas por propinas de R$ 966 mil a auditores da Receita Federal em troca da liberação de restituições travadas no Fisco. Entre os denunciados estão o fundador da CVC Turismo, Guilherme Paulus, que se tornou delator no caso, o auditor-fiscal Rubens Fernando Ribas, o advogado e ex-auditor Jackson Matsui, os empresários Átila Reys Silva e Fábio Claro, e o contador Válter Gonçalves, que também fechou acordo de colaboração premiada.
A Procuradoria relata que as propinas correspondem a 10% dos valores liberados pelos auditores do Fisco para empresas de Guilherme Paulus entre 2014 e 2015. Em uma ocasião, os repasses foram intermediados por Átila Silva, que servia de ponte entre o empresário e os auditores. A operacionalização do esquema ficou por conta de Válter Gonçalves e Fábio Claro.
As propinas foram lavadas por meio de cheques depositados em nome de empresas administradas por ‘laranjas’ e em depósitos de valores fracionados, de forma a evitar a detecção por mecanismos de controle. Segundo o Ministério Público Federal, apesar de integrarem o esquema com Guilherme Paulus, os auditores da Receita já miravam movimentações do empresário – na casa de Rubens Ribas, por exemplo, foram localizados diversos documentos relacionados às empresas de Paulus, além de R$ 55 mil em espécie.
Foto: Germano Lüders/Exame