A causa da morte do voluntário que participava dos testes da vacina CoronaVac foi por uma combinação de medicamentos que não têm relação com o imunizante. Foi uma intoxicação aguda por agentes químicos. A Anvisa suspendeu os testes da vacina na segunda-feira (9) por causa de “evento adverso” em um voluntário e, na terça-feira (10), a divulgação do boletim de ocorrência mostrou que a causa da morte de um voluntário foi suicídio. No dia seguinte, a agência liberou a retomada dos testes.
As regras que regulam testes de vacinas proíbem tanto os voluntários quanto os laboratórios de divulgar consequências ou eventos relacionados à testagem. Mas a imprensa apurou que foi essa morte que levou a Anvisa a suspender os testes da CoronaVac no Brasil por mais de 24 horas. A TV Globo teve acesso ao laudo do exame toxicológico realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) no corpo que policiais encontraram no banheiro de um apartamento em 29 de outubro. O exame toxicológico detectou a presença de álcool no sangue, grande quantidade de sedativos e um analgésico cirúrgico cem vezes mais potente que a morfina. Ele não consumiu drogas ilícitas.
Boletim de ocorrência
De acordo com o boletim de ocorrência registrado às 16h02 de 29 de outubro em uma delegacia da Zona Oeste de São Paulo, policiais militares foram acionados pelo rádio para atender a uma “ocorrência de encontro de cadáver”. Ao chegar ao apartamento, os policiais foram recebidos pelo zelador do prédio, que mostrou um homem de 32 anos no chão do banheiro – perto do braço dele, havia uma seringa e diversas ampolas de remédio.
Retomada dos testes
Na quarta-feira (11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que os testes da CoronaVac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac para a Covid-19, foram retomados, após ter suspendido os testes do imunizante por causa da morte do voluntário. No Brasil, a produção da vacina ficará a cargo do Instituto Butantan, que é vinculado ao governo de São Paulo e também coordena os testes da CoronaVac no país.
Ao fazer o anúncio da interrupção dos estudos, a Anvisa citou “evento adverso grave”, mas não deu detalhes sobre o motivo específico que levou à suspensão. Pouco depois da divulgação da causa da morte do voluntário, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, afirmou em entrevista coletiva que “objetivamente, não havia essa informação [de que o voluntário se suicidou] entre as que recebemos ontem [segunda-feira]”.
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