A inflação pesou mais para as famílias com renda baixa, entre um e três salários mínimo, por conta da parcela maior do orçamento destinada à alimentação em casa. A conclusão é do estudo “Inflação por faixa de renda familiar em 2020”, divulgado hoje (12), em Brasília, pelo Banco Central (BC). A alimentação em casa é o segmento que mais tem pressionado a inflação neste ano. Entretanto, o BC ressalta que, mesmo para este grupo, a inflação se encontra “em patamar baixo, com variação de 2,29% no acumulado do ano”.
Segundo o estudo, a pandemia de covid-19 tem influenciado a inflação e os preços relativos no Brasil desde março. “Por um lado, distanciamento social, aumento do desemprego e retração da atividade deprimiram os preços de diversos serviços. Por outro, a depreciação cambial, os programas de transferência de renda e o aumento dos gastos com alimentação no domicílio pressionaram os preços dos alimentos”, diz a pesquisa.
O estudo foi feito considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país), com base nos microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. As faixas de renda familiar usadas são um a três salários mínimos, três a dez salários mínimos e 10 a 40 salários mínimos, que representam, na ordem, 46,2%, 44,0% e 9,8% da população pesquisada no IPCA.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil