A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira (11) que os testes da Coronavac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac para a covid-19, serão retomados no Brasil. O Instituto Butantan coordenam os testes por aqui. A vacina havia sido suspensa na noite da segunda-feira (9) após um “evento adverso grave”, que foi a morte de um voluntário.
Na ocasião da suspensão, a Anvisa não detalhou especificamente os motivos. No dia seguinte, ontem, houve embate entre a agência e o Instituto Butatan, em São Paulo, que tem o acordo para fabricar a vacina no país. O diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou que o óbito não estava relacionado à vacina e disse estranhar a decisão. Um boletim de ocorrência mostrou que a morte do voluntário, um homem de 33 anos, foi registrado como suicídio.
O diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, deu uma coletiva de imprensa para afirmar que a decisão foi inteiramente técnica e negar politização, suspeita que surgiu após uma celebração do presidente Jair Bolsonaro (leia mais abaixo). “Objetivamente, não havia essa informação (da causa da morte) entre as que recebemos ontem (segunda)”, disse.
Apesar do Butantan ter enviado a notificação da morte, que ocorreu no dia 29 de outubro, no último dia 6, a Anvisa só recebeu na segunda, alegando problemas técnicos por conta de ataques de hackers ao sistema. O Butantan alega que enviou duas vezes cópias das notificações à Anvisa sobre a morte do voluntário. O instituto disse que as informações sobre o caso foram enviadas pela primeira vez na sexta-feira (6) e reenviadas no começo da noite de segunda (9), horas antes de a suspensão do estudo ser comunicada à imprensa, o que aconteceu pouco depois de um e-mail informar ao Butantan da suspensão.
Foto: Thomas Peter/ Reuters