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TRUMP E BIDEN TROCAM PROVOCAÇÕES NO TWITTER NA RETA FINAL DE CONTAGEM DOS VOTOS

Redação - 05/11/2020 13:00 - Atualizado 05/11/2020

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu prosseguimento nesta quinta-feira em suas tentativas de limitar a apuração dos votos, defendendo em seu Twitter que a “contagem seja interrompida”. Minutos antes, Joe Biden, que assumiu a liderança da disputa após vitórias em Wisconsin e Michigan, havia escrito em sua rede social que “todos os votos contam”.

Desde a mudança nos rumos da apuração, o presidente usa as redes sociais para sugerir a ocorrência de fraudes nos locais onde liderava nas primeiras horas após o fechamento das urnas, mas que agora sinalizam a vitória de Joe Biden. Para além de sua retórica, a campanha republicana anunciou ações judiciais para suspender a apuração em Michigan, na Geórgia e na Pensilvânia e pedindo uma recontagem em Wisconsin, onde a apuração ainda não acabou.

Na manhã desta quinta, tuitou “PAREM A CONTAGEM”, com letras maíusculas —  algo que, no momento da postagem, daria a vitória para Biden. Minutos depois, escreveu “todos os votos que vierem após o dia da eleição não serão contados”, postagem que foi sinalizada pelo Twitter por conter informações contestáveis ou incorretas.

De acordo com várias legislações estaduais, votos desta modalidade podem ser contados mesmo que cheguem dias depois do encerramento oficial da votação, na terça-feira 3 de novembro. Desde a campanha, o presidente tenta pôr em xeque a lisura do voto por correspondência, mesmo sem sinais de irregularidade. Um número recorde de 65 milhões de pessoas optaram por enviar suas cédulas eleitorais pelo serviço postal, em sua grande maioria democratas.

Na quarta, em seu discurso,  o presidente já havia afirmado, mesmo sem provas, haver fraude na apuração dos resultados e que iria à Suprema Corte parar o que chamou de “votação” em alguns estados — uma aparente referência aos votos enviados pelo correio. É a demora na contagem destes votos que explica não só lentidão da apuração em muitos estados-chave, mas também a virada de Biden após algumas horas de liderança republicana. Como os votos presenciais, majoritariamente republicanos, eram apurados primeiro, Trump aparecia na frente com margem significativa. Conforme as cédulas postais foram entrando do sistema, no entanto, os democratas foram se aproximando e virando o cenário. Há semanas, especialistas já apontavam que esta “miragem vermelha” poderia acontecer e que era necessário cautela para analisar os resultados.

Trump havia prometido que esperaria um resultado final para declarar vitória, mas não foi isto que aconteceu, declarando vitória ainda durante a madrugada. No início da tarde de ontem, questionou novamente a legitimidade do processo no Twitter, afirmando que sua vantagem começou a “desaparecer magicamente” e que “cédulas surpresa” foram contadas — algo que afirmou ser “muito estranho”. A mensagem, assim como outra em que se declarava vencedor, recebeu uma sinalização do Twitter de que seu conteúdo seria contestável e que poderia ter informações incorretas.

Foto: divulgação

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