Com dívidas de cerca de R$ 4 bilhões e pouco menos de 20 mil credores, a varejista Ricardo Eletro, que pertence ao grupo Máquina de Vendas, apresentou, na terça-feira (12), a minuta do seu plano de recuperação judicial, a maior já realizada no setor de varejo. A empresa fechou 400 lojas e “está endereçando o negócio para ser uma plataforma digital”, diz Salvatore Milanese, sócio-fundador da Pantalica Partners, assessoria financeira da empresa.
Segundo informações do Estadão, o pedido de recuperação judicial da varejista foi aprovado pela Justiça em agosto e é justificado pela pandemia, apesar de as concorrentes terem prosperado nos últimos meses. No texto, a Máquina de Vendas propõe que os credores com garantia real recebam seus pagamentos com o valor de um excedente do caixa da empresa. Na prática, a proposta é que o que passar do caixa mínimo, de R$ 100 milhões, seja distribuído aos credores. Além disso, será aplicado deságio de 85% sobre os valores.
Se aceito, o pagamento começa após a rede quitar os seus “credores estratégicos”. Já os credores sem garantia real, no valor de até R$ 3,5 mil, receberão R$ 1,5 mil no prazo de até dois anos, a partir da homologação. Quem tem a receber mais de R$ 3,5 mil terá o pagamento atrelado ao excedente do caixa mínimo. O deságio para esses credores também é de 85% e o pagamento acontece depois que os credores estratégicos tiverem suas dívidas quitadas.
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