O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou nesta terça-feira (13) que há dificuldade em reduzir os casos de covid-19 no interior da Bahia e que prefeitos de algumas cidades estão se recusando a fazer testes de covid-19 temendo que isso traga um aumento de casos confirmados e tenha efeitos nas eleições deste ano, que acontecem em novembro.
“Vários, dezenas de municípios estão se recusando a testar a população, com medo de aparecerem casos e isso ter impacto eleitoral. Isso é extremamente grave. Estamos ficando no pé. Estamos oferecendo uma capacidade de 5000 exames por dia no Lacen e estamos processando menos da metade. Isso porque os municípios ativamente estão procurando colocar para debaixo do tapete os casos que estão acontecendo”, afirmou ele, em entrevista a TV Bahia nesta manhã. “Precisamos da parceria dos municípios e em alguns casos não estamos conseguindo”, acrescentou.
Além disso, a campanha eleitoral tem gerado aglomerações. “Estamos recebendo pedidos de socorro de secretários de dezenas de municípios do interior no estado. Tenho recebido vídeos de aglomerações eleitorais, caminhadas misturadas com carreatas, pessoas sem máscara, bebendo latinha de cerveja, pulando atrás de ministros. Isso é algo sistemático que está acontecendo no interior”, disse. Ele citou a reunião que fez na secretaria para elaborar uma recomendação para que a Justiça Eleitoral proíba comícios e caminhadas políticas.
Vilas-Boas comentou também um aumento nas taxas de ocupação de leitos para covid-19 em hospitais particulares. “De fato estamos observando ao longo desses dez primeiros dias de outubro um aumento na taxa de internação de alguns hospitais privados, da mesma forma como aconteceu no começo da pandemia, mas não apenas isso, estamos observando uma desaceleração do processo de queda das taxas de internação no interior. Nós estamos atingindo um platô, não conseguimos reduzir os números em várias regiões do interior abaixo de 70%, principalmente no Sul e Sudoeste. Isso significa que outras pessoas estão se contaminando e nós estamos trabalhando de forma ativa para poder reverter as principais causas responsáveis por isso”, afirmou.
“Estamos observando um aumento do número de casos”, disse, falando da rede privada da capital baiana. “E isso tem se repetido em hospitais públicos no interior da Bahia”, disse. Segundo ele, a rede pública de Salvador continua com taxas controladas. “Salvador a gente caiu abaixo de 50%, começamos a desativar leitos. No interior não estamos conseguindo fazer isso, e está muito ligado ao processo eleitoral, com diversos eventos acontecendo em todos municípios da Bahia”, afirmou.
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