ELEIÇÕES 2020: OS DEBATES AQUI E ACOLÁ

Esta semana houve debates aqui e acolá. Com o debate acolá estamos nos referindo a peleja entre Donald Trump e Joe Biden, um duelo agressivo mas que pecou pela falta de ideias. Trump parecia o “carro do ovo” que passa pelas ruas de Salvador e não para de falar. Com isso, não houve debate verdadeiramente e não se discutiu as principais questões mundiais, como a crise econômica gerada pelo coronavírus, a nova ordem mundial, a relação com a China e tantas outras questões que foram suplantadas pelos grunhidos de Trump. Por outro lado ficou patente que é impossível realizar qualquer debate com o atual ocupante da Casa Branca  sem que seu microfone esteja submetido ao botão silenciador.

Se acolá o debate foi agressivos, por aqui, na nossa já ensolarada Salvador, o debate foi morno, tão morno que dava sono. E foi  tarde da noite, aliás, deve-se ressaltar que debate que começa às 10:30 da noite não atinge o grande público que a essa altura já está curtinho seu sono reparador. No mais, foi o que se esperava. Os dois principais contendores – Bruno Reis, do DEM e a Major Denice do PT – estavam ambos nervosos, mas decoraram o script, seguindo o rito e o comando dos seus líderes políticos, respectivamente ACM Neto e Rui Costa.

E, para decepção dos espectadores o Pastor Isidório que podia trazer graça e exotismo ao debate comportou-se quase como um lorde e, não fosse a Bíblia na mão, mostrou-se igual a todos os outros. Os demais participantes da base do governador fizeram a jogada manjada de juntar-se para atacar o primeiro lugar nas pesquisas, no caso Bruno Reis. Na verdade, o debate na TV Bandeirante foi a cara dessa eleição para Prefeito de Salvador: candidatos que não empolgam, propostas que não agradam, planos que não se sustentam. Se algum candidato ou marqueteiro não colocar molho nessa campanha, não vai dar vontade sequer de votar. Enfim, o debate acolá foi agressivo e vazio, enquanto por aqui, além de vazio, o debate foi morno, chato e sem graça. (EP – 05/10/2020)