A equipe econômica do governo Jair Bolsonaro estuda ajustes no acesso e gastos do abono salarial para manter a ideia de reformular o Bolsa Família, com o Renda Cidadã. O abono é pago pelo governo a trabalhadores com carteira assinada e com renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.090).
Segundo informações divulgadas pela Folha de São Paulo, o plano avalia uma proposta que limitaria os gastos com o benefício, em vez de acabar com o programa. Os técnicos do ministério da Economia defendem que parte desses recursos seja transferida à população mais pobre, viabilizando a criação do novo programa de renda básica.
A intenção é retomar uma mudança no abono que já chegou a ser aprovada na Câmara dos Deputados, mas caiu no Senado. Na reforma da Previdência, os deputados, por maioria, aceitaram que o abono salarial seja pago a trabalhadores formais com renda de até 1,4 salário mínimo (R$ 1.463). Assim, menos pessoas receberiam o benefício.
Isso reduziria os gastos em cerca de R$ 8 bilhões por ano. O orçamento anual do abono salarial fica por volta de R$ 20 bilhões. Bolsonaro rejeitou, em agosto, a ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de acabar com o programa do abono. Segundo o presidente, isso seria tirar dinheiro dos pobres e dar para os paupérrimos.
Diante do impasse nesta semana sobre como reformular o Bolsa Família, o Ministério da Economia voltou a estudar uma forma de reduzir essa despesa. As discussões são no sentido de buscar uma alternativa intermediária, sem extinguir o abono salarial.
Foto: Alan Santos/PR