O monopólio da exploração e produção de petróleo no território nacional detido pela Petrobras foi extinto com a Lei nº 9.478, de 06/08/1997, conhecida como Lei do Petróleo.Eladispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. A Lei foi aprovada nas duas casas do Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República, o que consentiu que quase uma centena de companhias constituídas sob as leis brasileira, portanto empresas brasileiras, se organizassem para essas atividades.
Indo ao encontro dos propósitos dessa Lei e objetivando a redução de suas dívidas, a Petrobras tem realizado a venda de parte de seus ativos, permitindo e propiciando a entrada de outras empresas no setor. Entretanto, na semana que se passou os jornais noticiaram que os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal entraram com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que a Petrobras vendesse suas refinarias situadas fora da região Sudeste, contrariamente ao que foi estabelecido, de quebra do monopólio estatal. A controvérsia não deixa de ser um dilema e reforça a insegurança jurídica que permeia e dificulta o avanço da geração de riqueza no país.
Na Bahia está localizada sua segunda maior unidade de processamento industrial, a refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Mataripe, município de São Francisco do Conde.Aestatal revelou estarvendendoessa usina ao fundo de investimento de Abu Dhabi Mubadala, que já controla acionariamente em Camaçari a Deten Química S/A,em processo de adiantada negociação. Com isso, os negociadores serão obrigados a dar uma meia-trava no processo de transferência, para evitar embaraços de ordem jurídica. O empecilho que o STF poderá estabelecer, contrariando ao cumprimento de metas estratégicas, não ajudariam em nada ao desenvolvimento do Nordeste por não considerar as vantagens que a transferência por certo instituirá, como podemos ver na relação alinhada a seguir:
A relação acima não esgota o assunto, mas dá uma ideia do como o sangue novo da riqueza poderá irrigar a economia que visivelmente foi abandonada, gerando novas oportunidades e perspectivas de desenvolvimento da região.
Adary Oliveira é engenheiro químico e professor (Dr.) – [email protected]