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NA ONU, TRUMP ATACA A CHINA E DIZ QUE PAÍS É O GRANDE RESPONSÁVEL PELA PANDEMIA

Redação - 22/09/2020 13:20

Em um discurso curto, com tons eleitorais, o presidente dos EUA, Donald Trump, partiu para o ataque contra a China, acusando o país de ser o principal responsável pela pandemia do novo coronavírus. Tradicionalmente o segundo a falar na sessão de Debates Gerais da Assembleia Geral da ONU, Trump expôs suas palavras por vídeo, a partir da Casa Branca. A fala é a quarta proferida pelo republicano que, no passado, já ameaçou “destruir totalmente” a Coreia do Norte, em 2017, e que foi alvo de risadas (diplomáticas) em 2018, quando afirmou ter feito “mais do que qualquer outro governo americano na História”. Trump discursou depois do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e do secretário-geral da ONU, António Guterres, que voltou a fazer um apelo por um cessar-fogo em todos os conflitos globais durante a pandemia.

Usando o termo “vírus da China”, Trump abriu seu discurso de apenas sete minutos citando algumas das ações adotadas durante a pandemia, como a fabricação em massa de respiradores, e a corrida por uma vacina ainda este ano (de preferência antes da eleição de novembro). Indo além, acusou a China de ser a grande responsável pela pandemia, citando as críticas feitas à proibição de viagens adotada pelos EUA, e dizendo que Pequim mentiu sobre a doença, defendendo uma ação da ONU contra o país.

— O governo chinês e a Organização Mundial de Saúde, que é virtualmente controlada pela China, falsamente declararam que não havia evidências sobre transmissão entre humanos. Depois, falsamente disseram que pessoas assintomáticas não transmitiam a doença. A ONU precisa responsabilizar a China por suas ações — afirmou Trump. Mesmo pressionando por uma investigação sobre a China no âmbito das Nações Unidas, o líder americano não mencionou a decisão de deixar a Organização Mundial de Saúde, anunciada em junho e que deve ser concluída em julho do ano que vem. O candidato democrata à presidência, Joe Biden, se comprometeu a interromper o processo caso seja eleito em novembro.

Em tom de campanha, louvou as capacidades militares dos EUA, além dos acordos comerciais fechados com nações como o México. Em uma provocação direta ao Irã, elogiou a saída do acordo nuclear e citou nominalmente o assassinato do general Qassem Soleimani, em janeiro, como um dos grandes atos de seu governo. Ainda prometeu uma solução duradoura para o Afeganistão, incluindo a saída das tropas americanas hoje no país. — Os EUA estão cumprindo seu destino de pacificadores. Mas é uma paz através da força — declarou, dizendo ainda que seu poderio militar está “mais forte do que nunca”. Nos últimos anos, os EUA abandonaram uma série de acordos de controles de armas estratégicas, e o próprio Trump deu a entender que o país está desenvolvendo novos tipos de armamentos, inclusive nuclear.

Hoje, apenas um acordo relativo a armas atômicas está em vigor entre EUA e Rússia, o Novo START, que deve expirar em fevereiro do ano que vem. As negociações em torno de sua renovação se encontram estagnadas, e diplomatas russos deram a entender que não vão aceitar os novos termos apresentados pelos americanos.

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