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STARTUPS EM SAÚDE CRESCEM 118% NO BRASIL NA PANDEMIA

Redação - 21/09/2020 07:04 - Atualizado 21/09/2020

Depois de anos atuando como psicóloga clínica, Jocelma Prates percebeu a dificuldade de acesso de parte significativa da população, que não tem plano de saúde e nem sempre consegue agendar assistência psicológica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pagar os honorários de uma consulta particular tradicional. “Chamei meu marido, Adalberto Prates, e mais três investidores para viabilizar a startup, buscando oferecer uma visão humanizada e inclusiva de assistência e ao mesmo tempo garantir importantes ferramentas para os psicólogos autônomos ampliarem sua área de atuação”, diz Jocelma que, desde agosto atua com a OiPsi, uma plataforma digital que oferece psicoterapia a um preço acessível, reunindo profissionais de diferentes especialidades da Psicologia.

“O serviço foi bem recebido pelo público e hoje temos o objetivo estratégico de ter 3.700 profissionais cadastrados na plataforma até 2021”, conta. Segundo dados do HealthTech Report 2020, realizado pela consultoria Distrito, o número de startups no setor da saúde cresceu 118% no Brasil e passou de 248 para 542 no período de 2018 a 2020, e a pandemia ajudou a potencializar esse crescimento, já que as healthtechs têm atuado na luta contra a doença com aplicações diretas e indiretas de combate ao vírus. Destas 542 startups, 8% foram fundadas no Nordeste e 1,5% na Bahia. Para Carlos Chetto, Ceo da OiPsi, a busca por teleconsultas teve um enorme crescimento durante a pandemia e deverá manter um ritmo acelerado de agora em diante. “Entendemos que os serviços de saúde estão passando por um processo de ‘digitalização’ nunca visto, especialmente para um setor que sempre foi muito analógico”, afirma, ressaltando que as  startups em saúde, por sua vez, já nascem com o DNA digital e tendem a aproveitar melhor este espírito do tempo.

O CEO da Nilo Saúde, Victor Marcondes de Oliveira acredita que com a liberação da telemedicina, o alcance das health techs também foi potencializado, permitindo que empresas, que antes só atuavam presencialmente em suas regiões, possam atuar em todo território nacional, aumentando o acesso a novas tecnologias e produtos na Bahia. “Serviços de telemedicina foram os mais impactados e os que sofreram o maior aumento de procura durante a pandemia devido ao distanciamento social. Principalmente serviços destinados à população de risco”, diz, reforçando que a  Nilo Saúde, que é uma clínica digital para população acima de 50 anos, foi uma destas empresas onde houve um grande aumento demanda, pois atende em todo território nacional e oferece uma alternativa para os pacientes receberem cuidado de qualidade, sem sair de casa.

Entre as áreas da saúde que estão ganhando popularidade com as startups em saúde estão a atenção primária, gestão de saúde populacional, telemedicina e inteligência artificial aplicada em saúde. “Como o setor de saúde é muito grande, ainda existem muitas oportunidades para inovação, novas tecnologias e startups em diversos segmentos”, defende Victor. Para ele, escolher um nicho e focar para criar a melhor solução para um problema específico é uma estratégia que pode gerar muitos frutos para quem deseja empreender na área.

Foto: divulgação

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