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FUTEBOL BAIANO COMPLETA UM SEMESTRE SEM TORCIDA

Redação - 19/09/2020 10:45 - Atualizado 19/09/2020

Nesta semana fez seis meses que Bahia e Vitória não jogam com a presença da torcida. A última vez que isso aconteceu no estado foi em 15 de março, quando o Leão goleou o River por 4×1, no Barradão, pela 7ª rodada da Copa do Nordeste, e no mesmo dia perdeu com o time de aspirantes para o Jacuipense por 1×0, pelo Baiano, no estádio Eliel Martins, em Riachão do Jacuípe.

Na ocasião, 6.247 torcedores pagantes viram de perto Thiago Carleto, Léo Ceará, Alisson Farias e Matheus Tenório balançarem a rede – Luccas Brasil descontou. Enquanto isso, em Riachão, 1.737 foram ver o time da casa ganhar com gol de Thiaguinho. Já para o Bahia, a saudade de ter o torcedor pertinho é um pouco maior. O último jogo do Esquadrão com público foi uma semana antes. No dia 7 de março, 29.304 torcedores acompanharam a rodada dupla na Fonte Nova que teve triunfo sobre o Confiança, por 1×0, na 6ª rodada do Nordestão, e empate por 0x0 entre a equipe de aspirantes e o Doce Mel, pelo Campeonato Baiano.

Na rodada seguinte do Nordestão, o Bahia venceu o América-RN, por 2×0, na Arena das Dunas, em Natal, em partida disputada com portões fechados devido a uma punição imposta ao time potiguar. As partidas contra o River, no Barradão, e América-RN, na Arena das Dunas, foram as últimas da dupla Ba-Vi antes da suspensão dos campeonatos em função da pandemia. Desde que a bola voltou a rolar nos gramados baianos, em 21 de julho, os jogos têm sido realizados sem público por questões de segurança.

Seis meses depois de a normalidade ter ido embora, os alto-falantes do Barradão  até tentam, mas é impossível substituir o calor humano de quem ama o vermelho e preto. O coro de “Nêgo” que ecoa das caixas de som durante os jogos não preenche o vazio na arquibancada. “É um sentimento estranho. A torcida lá dentro é empolgante e empurra nosso time. Sentimos falta dela”, afirma o volante Guilherme Rend.

Titular absoluto na atual temporada, Rend entrou em campo com a camisa do Vitória apenas 22 vezes, mas tem sentimento semelhante ao de quem já carregou o manto em quase 200 partidas. “É desconfortável e realmente fora dos padrões, até pelo fato de que o atleta joga para a torcida, e não tê-la nesse ambiente muda até o panorama do jogo”, afirma o zagueiro Wallace.

Do lado tricolor, o pensamento é o mesmo. Acostumado com a vibração do torcedor na arquibancada, o atacante Gilberto diz que sente falta do apoio. “Em se tratando da torcida do Bahia, a festa que fazia, a força que trazia, não tem como não dizer que é ruim para a equipe”, diz o camisa 9.

O silêncio até facilita para ouvir orientação do treinador, mas, acostumado com pressão, Wallace comenta sobre um certo ‘clima de treino’ valendo três pontos. “Fica um pouco monótono em certos momentos, porque a gente está acostumado a estar com espectador, mas você tem que lutar até contra essa sensação de marasmo que o jogo às vezes pode causar devido à falta de torcedor. Acho que ao longo dos jogos todo mundo tem se adaptado bem”, pontua.

Já Rend tem sensação diferente. “As instruções são passadas e ouvidas com mais facilidade, o que facilita a vida da equipe dentro de campo, mas não acho que fica com cara de treino. Quando se veste o manto, a coisa fica mais séria”. Do outro lado nesse aspecto, o técnico Mano Menezes é mais um a lamentar a ausência da torcida na arquibancada. Recém-chegado ao Bahia, ele vai ter que esperar o mundo voltar ao normal para conhecer de perto a torcida tricolor.

“O torcedor no estádio cria um ambiente diferente. Por mais que você tente suprir a falta dele, deixa uma lacuna importante. Eu diria que falta a coisa mais importante do futebol. É a razão pela qual você joga, luta pelo resultado positivo. O torcedor estando distante, mesmo você sabendo que ele está acompanhando, é diferente”, analisa o treinador.

Foto: divulgação

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