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PT DE SALVADOR FORMA A COLIGAÇÃO MAIS FRACA DOS ÚLTIMOS 20 ANOS

Redação - 18/09/2020 14:40 - Atualizado 18/09/2020

Se depender da força da coligação para eleger o primeiro prefeito de Salvador, o PT não conseguirá em 2020. Na eleição deste ano, o partido formou a aliança mais fraca dos últimos 20 anos, conforme levantamento feito pela Tribuna. Os petistas conseguiram coligar apenas com o PSB, partido da deputada federal Lídice da Mata que indicou a deputada estadual Fabíola Mansur para ser a vice na chapa encabeçada pela Major Denice Santiago.

Siglas, que outrora davam sustentação às candidaturas do PT, hoje integram a base do prefeito ACM Neto: PPS (atualmente Cidadania) e PV. Mais recentemente o PDT, que anunciou apoio ao postulante Bruno Reis (DEM). A pior coligação que o Partido dos Trabalhadores tinha formado, nas duas últimas décadas, tinha sido em 2004, quando o então candidato Nelson Pelegrino contou com a ajuda apenas do PCdoB e PV. Como no pleito deste ano, a esquerda rachou em Salvador em 2004. Além de Pelegrino, o PSB, com Lídice da Mata, e PDT, com João Henrique, também tiveram candidatos.

Na eleição de agora, além da Major Denice, a esquerda tem a deputada estadual Olívia Santana, pelo PCdoB, e o deputado federal Bacelar, pelo Podemos, que transita pela centro-esquerda. A maior coligação formada pelo PT ocorreu em 2012, última eleição que o partido disputou. Já que quatro anos depois decidiu não ter candidato e apoiar a deputada federal Alice Portugal (PCdoB). Há oito anos, Pelegrino formou uma aliança com 14 partidos: PP, PDT, PTB, PR, PSDC, PHS, PMN, PTC, PSB, PRP, PPL, PSD, PCdoB, PTdoB. Apesar de reunir várias legendas, o petista perdeu no segundo turno para ACM Neto.

Em 2008, com Walter Pinheiro, o PT teve apoio do PSB, PCdoB e PV. Na época, Lídice da Mata foi a vice formando, como neste ano, a dobradinha PT e PSB. No ano de 2000, com Pelegrino na cabeça da chapa, os petistas coligaram com cinco agremiações partidárias: PSB, PCdoB, PPS, PV e PCB.

Presidente do PT em Salvador, Ademário Costa, minimizou a fraca aliança. “Nós já ganhamos com coligações menores e já perdemos com coligações maiores. Portanto, o número de partidos na composição da chapa não é mais um fator determinante para a vitória nas eleições, e a ciência política já derrubou este mito. Hoje em dia, os fatores fundamentais são: estruturas políticas mais ágeis e flexíveis, com capacidade de respostas rápidas à sociedade e a transmissão de ideias e opiniões claras de um projeto que seja realmente voltado para a sociedade e não interesses individuais”, declarou.

Costa disse ainda que Denice-Fabíola tem “representatividade”. “É uma chapa que não só representa o nosso partido e projeto para Salvador, mas são o reflexo da própria cidade. E isso tira da disputa a mesmice de candidaturas forjadas na vivência da máquina política, majoritariamente masculinas e elitizadas, criando uma nova alternativa para a cidade com a cara da cidade. Além disso, Major Denice e Fabíola trazem respostas à população sobre este fosso social que caracterizou a desigualdade em Salvador ao longo da história.

Portanto, a nossa candidatura tem representatividade, projeto, conteúdo e ação, as características fundamentais para as eleições neste novo tempo da política. E associado a isso tudo, o PT tem a militância mais aguerrida e empolgada dos últimos 10 anos. Um exército convicto da sua importância e papel na construção deste projeto democrático, participativo e social que estamos apresentando para Salvador”, ressaltou. O governador Rui Costa (PT) tentou conquistar o apoio do Podemos, Rede e PTC para Denice nas últimas horas, mas não teve sucesso.

Foto: divulgação

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