Além de ter sido menor do que na maioria dos estados, o aumento na proporção de domicílios com algum grau de insegurança alimentar na Bahia, entre 2013 e 2018, foi puxado por aqueles em que havia uma insegurança alimentar leve. Nessas residências não houve efetivamente escassez de alimentos nem fome, mas uma preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos, e as famílias chegaram a comprometer a qualidade da alimentação para que não faltasse comida. Em 2017-2018, dos 2,221 milhões de domicílios com algum grau de insegurança alimentar na Bahia, a maioria, 1,299 milhão, enfrentava insegurança leve. Eles representavam pouco mais de 1 em cada 4 domicílios do estado (26,5% do total de residências) e abrigavam 4,407 milhões de moradores (29,8% da população baiana).
Em 2013, os domicílios baianos com insegurança alimentar leve representavam 21,8% do total de residências no estado, logo houve um aumento de 4,7 pontos percentuais em cinco anos, o que representou mais 244 mil residências no estado com insegurança alimentar leve, nesse período. Um total de 612 mil domicílios na Bahia enfrentavam insegurança alimentar moderada em 2017-2018, o que representava pouco mais de 1 em cada 10 lares do estado (12,5%), onde viviam 1,986 milhão de pessoas (13,4% da população). Domicílios com insegurança alimentar moderada já enfrentam redução na quantidade de alimentos e pode faltar comida para os adultos. A proporção de residências nesse grau de insegurança alimentar também cresceu em relação a 2013, quando era de 9,4%. O aumento de 3,1 pontos percentuais representou mais 160 mil domicílios, em cinco anos.
Já os domicílios baianos com insegurança alimentar grave somavam 310 mil em 2017-2018, ou 6,3% de todas as residências do estado, abrigando 987 mil pessoas (6,7% da população). Nos domicílios com insegurança alimentar grave, faltam alimentos para todos os moradores, inclusive crianças, podendo haver fome. O percentual de residências nessa pior situação teve uma discreta variação negativa em relação a 2013, quando era de 6,6%, o que representou, em cinco anos, menos 7 mil domicílios no estado com risco de passar fome. Entre 2013 e 2018, a Bahia foi a única unidade da Federação em que se reduziu o número absoluto de domicílios em insegurança alimentar grave, ou seja, onde podia haver fome. Em termos percentuais, além da Bahia (de 6,6% para 6,3%), também houve uma variação para baixo no Piauí (de 6,3% para 6,1%).
Ainda assim, em 2017-2018, com 310 mil domicílios em insegurança alimentar grave, a Bahia era o segundo estado com mais lares ameaçados pela fome. Ficava atrás apenas de São Paulo, que tinha 381 mil domicílios em insegurança alimentar grave (2,4% do total de residências paulistas). Somando os domicílios com insegurança moderada e grave, ou seja, aqueles em que efetivamente faltavam alimentos, chegava-se a quase 1 em cada 5 residências baianas em 2017-2018: 18,8% ou 922 mil domicílios, onde moravam 2,973 milhões de pessoas (20,1% da população da Bahia).
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