Está na hora do Esporte Clube Bahia perder o complexo de inferioridade que afeta todos os clubes do Nordeste e passar a ter mais ambição e garra. Certa vez, já faz algum tempo, indagado porque a equipe do Bahia vinha registrando maus resultados, mesmo contando com uma boa equipe, um conhecido jogador vaticinou: o Bahia e as equipes do Norte e Nordeste do país não tem garra, não tem autoestima, tremem quando enfrentam um grande time e não tem maturidade emocional para ganhar uma final.
Aliás, bastou ver as atuações do Bahia em competições como a Copa Sul-americana e a Copa Nordeste para ter certeza disso. E quem assistiu ontem a partida do Bahia contra o Atlético-Go viu que essa garra não existe, mesmo em jogos de menor importância.
O Bahia precisa mudar isso e fez um bom começo ao contratar Mano Menezes, um técnico de prestígio nacional e com condições de montar uma equipe competitiva. Mas precisa fazer mais. Precisa urgentemente contratar um psicólogo, um coaching, ou o que seja para trabalhar a autoestima dos jogadores e para dar maturidade emocional ao plantel. Precisa igualmente, e urgentemente, contratar novos jogadores e criar um plantel adequado para disputar o Brasileirão, um plantel digno de um clube que ganhou duas vezes o campeonato e que tem uma das maiores torcidas do Brasil.
Mas, além disso, o Bahia precisa ter mais ambição fora do campo para assim subir ao pódio com os 10 maiores clubes do país. O presidente Guilherme Bellintani, justiça seja feita, está fazendo um bom trabalho, pois organizou o clube administrativamente, avançou na ampliação do quadro de sócios, colocou o Bahia em destaque nas campanhas sociais e na defesa dos valores progressistas e está se esforçando quando o assunto é futebol.
Demorou demais para demitir o técnico Roger, mas fez uma boa aposta ao contratar Mano Menezes. Bellintani vai num bom caminho e merece ser reeleito nas eleições que se aproximam, mas precisa ser mais atirado, precisa perceber que o destino do Bahia é estar entre os grandes e isso só se consegue com muito trabalho, muito dinheiro e uma boa dose de ambição. O presidente do Bahia tem demonstrado que sabe trabalhar, mas precisa ir a campo buscar mais dinheiro. Não se entende, por exemplo, como um clube que tem uma das maiores torcidas do Brasil, não consegue um patrocinador de porte, que viabilize recursos para montar um grande clube. O Bahia precisa jogar pesado também fora do campo e montar uma campanha de apoio publicitário capaz de atrair grandes empresas.
Em resumo: o destino do Bahia é estar entre os grandes clubes do país e para isso é preciso ambição e garra, muita vontade de entrar no campo para ganhar, e é isso que está faltando ao Esquadrão de Aço.