O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que autorizou a notificação feita pelo Ministério da Justiça a supermercados e produtores de alimentos que pedia explicações sobre o aumento do preço dos alimentos da cesta básica. No entanto, Bolsonaro negou intenção de tabelamento ou outro tipo de intervenção no mercado.
Mais cedo, o Ministério da Economia, dirigido por Paulo Guedes, enviou um documento à pasta da Justiça pedindo esclarecimentos sobre os motivos da ação. — André Mendonça (ministro da Justiça) falou comigo: posso botar a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para investigar? Perguntar para os supermercados porque o preço subiu? Falei: pode e ponto final. Ao chegar a resposta pode ser que o errado somos nós e o governo toma uma providência e ponto final — afirmou Bolsonaro em transmissão pela internet.
O presidente ressaltou, como já fez em outras ocasiões, que não tem intenção de tabelar preços. — Ninguém quer tabelar nada, ninguém quer interferir em nada, isso não existe. A gente sabe que uma vez interferindo, tabelando, isso desaparece da prateleira e a mercadoria aparece no mercado negro muito mais caro, já tivemos experiência disso no Brasil. Bolsonaro citou a retirada da tarifa de importação para até 400 mil toneladas de arroz como uma das providências que o governo tomou. Ele também disse que conversa com os ministros sobre como fazer para o “dólar não subir tanto”.
— O dólar tá alto, facilita as exportações. Tenho conversado sempre com ministros, presidente do Banco Central, o que podemos fazer para o dólar não subir tanto, legalmente, obedecendo as regras do mercado, tudo isso nós fazemos. Além disso, o presidente relatou que nas conversas que teve com os representantes do setor de supermercados, ouviu que a margem de lucro seria “reduzida o máximo possível”.
— Foi uma conversa muito saudável, falaram que eles não são os vilões. A margem de lucro deles vai ser reduzida o máximo possível para colaborar, porque a economia tem que pegar. O Brasil tem que dar certo. Bolsonaro ainda afirmou que não permitirá o fim do seguro-defeso, pago a pescadores na época de desova de peixes, para financiar o novo programa social Renda Brasil, como foi cogitado pela equipe econômica liderada por Guedes. E afirmou que recebe algumas sugestões “absurdas”.
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