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COMEÇOU A DISPUTA PELA PREFEITURA DE SALVADOR, MAS FALTAM ALGUMAS PEÇAS

Redação - 08/09/2020 10:17 - Atualizado 08/09/2020

O prefeito ACM Neto tomou uma decisão corajosa ao jogar todo seu peso político na chapa que deve reunir o prefeito Bruno Reis e, provavelmente, um nome indicado pelo PDT. Alguns estrategistas arguem que seria temeroso colocar todos os ovos em uma única cesta, mas Neto armou uma chapa bem estruturada, colocando na cabeça o vice-prefeito, Bruno Reis, após colar com enorme competência sua imagem na dele; na vice, o PDT, um partido que atrai parcela do eleitorado de esquerda; e reunindo vários partidos menores que possuem força na cidade, força essa que será potencializada pelo número de candidatos a vereador envolvidos na disputa.

Com tudo isso, Bruno Reis, do DEM, saí na frente da disputa, liderando as pesquisas com cerca de 35% das preferencias de votos, segundo as pesquisas eleitorais, e com o maior tempo de TV entre os candidatos. Mas no final de semana a oposição deu a primeira cartada no sentido de tentar levar a eleição para o segundo turno com uma estratégia oposta a do prefeito, ou seja, lançando 3 candidatos ou mais, em busca das dos diversos segmentos eleitorais.

O lançamento da candidatura do Pastor Isidório tendo como vice Eleusa Coronel, do PSD, em chapa apoiada pelo governador Rui Costa e pelo Senador Jaques Wagner, vai nessa linha. O lançamento dessa chapa mexe no cenário eleitoral em Salvador, não só porque o Pastor Sargento Isidório marca quase 16% nas pesquisas de intenção de votos, mas principalmente porque passa a ter o apoio de uma estrutura partidária de peso, o PSD, adquire quase 1 minuto de tempo de televisão e pode mostrar a população que o governador Rui Costa, bem avaliado na cidade, fecha com a candidatura. O eleitorado do Pastor Isodorio está concentrado na população mais pobre da cidade e sua rejeição é alta, por isso o papel de Eleusa Coronel será tornar mais palatável o exotismo do candidato para a classe média e parcelas mais esclarecidas da população.

No entanto, a parcela do eleitorado de esquerda e centro-esquerda e mesmo o segmento mais progressista e anti-bolsonarista da cidade ainda não está comtemplado. A Major Denice, por exemplo, que poderia alcançar esse eleitorado, atinge pouco mais de 4% do eleitorado, única e exclusivamente pela força do governador Rui Costa e seu crescimento mais acelerado dependerá da composição a ser feita com a escolha do candidato a vice. Denice tende a crescer a medida que o eleitorado a identificar com o governador Rui Costa, mas entrou tarde na disputa e teve sua candidatura prejudicada pela pandemia.  Olívia Santana também disputa o eleitorado de esquerda e atinge uma parcela expressiva do eleitorado negro e, por isso, já parte de um patamar mais elevado junto ao eleitorado,  mas para consolidar-se precisa também de um candidato a vice que afague a classe média. Tanto Olívia, quanto Denice precisam dos votos de Lídice da Matta que, até o momento, é quem vem atraindo os votos do eleitorado de esquerda de Salvador. O destino de Lídice será o fiel da balança eleitoral.

Correndo por fora, surge o candidato do Podemos, José Carlos Bacelar, que também agregará votos ao candidato com quem se unir, além do que possui uma excelente estrutura de apoio com muitos candidatos a vereador. Em resumo: finalmente começou o jogo de xadrez que será a disputa pela Prefeitura de Salvador, mas ainda falta colocar algumas peças no tabuleiro.  (EP- 08/09/2020)

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