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PRAIA DO FORTE E MORRO LOTAM NO FERIADÃO

Redação - 07/09/2020 11:00 - Atualizado 07/09/2020

No topo dos destinos mais procurados da Bahia, Morro de São Paulo, Porto Seguro e Praia do Forte ficaram lotados neste primeiro fim de semana de reabertura turística. De acordo com as prefeituras, hotéis e pousadas destes locais fecharam a capacidade máxima entre 50% e 70% de ocupação (a depender do local), sem disponibilidade de vagas para essa véspera de feriado da Independência. A Internacional Travessias, que administra o ferry-boat, vem registrando, desde a quarta-feira (2), um fluxo intenso de veículos no terminal de São Joaquim.

Reaberta aos visitantes há apenas dois dias, a cidade de Cairu — onde ficam as ilhas de Morro de São Paulo, Boipeba, Moreré, Gamboa e Garapuá — tem 80% da sua arrecadação baseada no turismo e voltou à atividade com 182 das 217 hospedagens operando. A estimativa do município é de que 4 mil turistas deverão curtir essas localidades até o fim do feriado e a previsão é a mesma para todos os próximos finais de semana deste ano.

Administrador de quatro pousadas na ilha, Antônio Carlos Berti conta que já havia uma grande procura pelo destino antes de a prefeitura autorizar a reabertura e, assim que foi liberada, em instantes vendeu todas as reservas através das plataformas virtuais. Ao todo, são 107 apartamentos distribuídos pelos quatro estabelecimentos, mas, conforme decreto municipal, só metade dessa capacidade pode ser ocupada. Na visão dele, esta retomada turística sem a ocupação máxima dos leitos — e das próprias ilhas — é importante para os trabalhadores locais, já que todos estão em fase experimental.

“Até porque pelo número de protocolos, por tudo que a gente está tendo que fazer para ser seguro, com uso de EPIs, desinfecção de quartos, é bom que se comece com poucas pessoas para a gente ir se adequando. Às vezes, ficamos meio perdidos com a interpretação dos decretos, mas estamos nos adaptando”, diz. Nativos da ilha ouvidos pelo Correio, e que preferiram não se identificar, relatam algumas preocupações com relação a esse fluxo de turistas porque temem o aumento de casos de covid-19 no local, que é de difícil acesso e tem baixa infra-estrutura médica. Segundo os moradores, não tem existido uma fiscalização e algumas pessoas têm entrado sem máscaras.

Fechado há cinco meses, o município de Cairu, com cerca de 18 mil habitantes, registrou 165 casos e três mortes causadas por covid-19 até esta sexta-feira (5), conforme dados da vigilância municipal. Do total de infectados, 151 já são considerados recuperados e 13 casos ainda estão ativos. Secretária de Turismo do município, Diana Farias diz que a maioria dos turistas têm chegado com postura consciente em relação aos cuidados necessários, mas reconhece que algumas pessoas não têm cumprido a regra do uso de máscaras em todos os locais.

“Aqui, como em qualquer lugar, existem pessoas que descumprem regras. Só é liberado ficar sem máscara nos quartos dos hotéis. Mesmo na praia é obrigatório o uso e a nossa Guarda Municipal orienta todo o tempo, pede educadamente que quem estiver sem coloque pelo bem da própria saúde. Ainda não temos uma multa para isso porque é uma fase experimental e contamos muito com as pessoas para que elas contribuam”, comenta ela.

A secretária informou que a Guarda Municipal trabalha das 6h às 21h na fiscalização do cumprimento dos decretos. Passados quinze dias após este feriado de Independência do Brasil, a Prefeitura de Cairu fará testagem de 400 trabalhadores dos meios de hospedagem e, a depender dos resultados, decidirá se flexibilizará o nível de ocupação dos hotéis para mais ou para menos, podendo até mesmo fechar novamente o destino.“A pandemia afetou todos os municípios do mundo, mas tenho certeza que o pior impacto foi na economia das cidades que dependem do turismo”, comenta Diana Farias.

Com 70% da capacidade permitida pela prefeitura de Mata de São João, o setor hoteleiro de Praia do Forte registrou até fila de espera, como afirma a proprietária do Hotel Via dos Corais, Rosa Clara Brandão. “Operamos com a nossa capacidade máxima permitida de até 70% com registro de fila de espera. Acredito que outros hotéis e pousadas também teriam mais hóspedes, se pudéssemos disponibilizar todos os quartos. Praia do Forte está cheia. O movimento tanto na praia quanto na vila é muito grande. As pessoas já estão no limite do confinamento, querendo sair, interagir. Todos, claro, com suas de das precauções e os empreendimentos usando todos os protocolos”.

O hotel ficou fechado entre 23 de março e 12 de julho. Ainda de acordo com Rosa, a maior parte dos turistas são de Salvador, do interior do estado e de locais próximos como Sergipe, por exemplo. “Durante a semana, a ocupação também tem sido bem razoável. Penso que por conta da flexibilidade que as pessoas estão tendo de trabalhar em casa e estão optando por espairecer um pouco. O destino retomou muito melhor do que a gente esperava”, completa.

Foto: divulgação

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