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INTENÇÃO DE CONSUMO EM SALVADOR SOBE 0,8% EM AGOSTO

Redação - 03/09/2020 15:50 - Atualizado 03/09/2020

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou, em agosto, 61,3 pontos, ligeira alta de 0,8% em relação aos 60,8 pontos de julho, o menor patamar da série histórica iniciada em 2020. Na comparação com março, início da pandemia, o ICF está 40,6% abaixo.

O indicador começa a esboçar uma reação após três meses de fortes quedas, mas não há muitos motivos ainda para animar os empresários do comércio. Isso porque, segundo o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, não há uma tendência de melhora generalizada entre os sete itens avaliados pela pesquisa.

As maiores altas e que influenciaram positivamente o desempenho geral foram do item Perspectiva Profissional que apontou crescimento mensal de 6,8% e atinge os 67,7 pontos e o item Momento para Duráveis que subiu 3,7% e se situa nos 24,2 pontos.

Os dados oficiais de emprego, do Caged, na Bahia e, especificamente, em Salvador, têm melhorado mês a mês e podem criar um cenário a médio e longo prazos de mais esperança às famílias soteropolitanas. Contudo, na avaliação atual, o cenário ainda é de bastante insatisfação, como aponta o item Emprego Atual com queda de 3,9% e com 70,9 pontos.

Sobre a melhora no item Momento para Duráveis, o economista Guilherme Dietze afirma que é importante ressaltar que o item está com a pior avaliação entre os sete analisados pelo ICF, mesmo com o aumento nos últimos dois meses. “A recuperação pode estar na observação de que na pandemia estão aparecendo várias oportunidades de preço em promoções e liquidações, mas que não necessariamente os consumidores irão aproveitar, por conta do risco de perder o emprego e não ter como quitar o compromisso”.

O item Nível de Consumo Atual subiu pelo segundo mês consecutivo. Em agosto, registrou alta de 1,9% e bate nos 53,6 pontos. “Apesar da sensação da renda ainda estar menor do que há um ano, como mostra o item Renda Atual que teve leve recuo de 0,5% e está com 69,2 pontos, o auxílio emergencial, federal e municipal, é que está dando condições para as famílias manterem o consumo dos produtos essenciais. Por não ser uma renda constante e de longo prazo, pode ser a explicação do avanço no consumo atual e recuo em relação a renda”, analisa Dietze.

O item Acesso a Crédito avançou 2,2% ao passar dos 82 pontos em julho para os atuais 83,8 pontos. “As famílias estão considerando cada vez menos difícil a contração de empréstimos para compras a prazo. Da mesma forma, como observado no item Momento para Duráveis, apesar da menor seletividade no crédito, as famílias estão sem segurança para comprometer sua renda com dívidas neste momento”, explica o economista.

Na análise por faixa de renda, o aumento – ou redução da insatisfação – foi maior no grupo com renda superior a 10 salários mínimos, que apontou 84,7 pontos, numa alta mensal de 2,6%. Já o índice para a faixa de renda mais baixa teve leve alta de 0,6% e ficou nos 59,1 pontos.

Portanto, conforme a análise econômica da Fecomércio-BA, o resultado de agosto indica que o “fundo do poço” para a intenção de consumo em Salvador tenha sido o mês de julho.

Guilherme Dietze pontua ainda que “as incertezas sobre a saída da crise continuam e deixam os investidores cautelosos em se arriscar na economia produtiva, mesmo com uma inflação controlada e a taxa básica de juros no menor patamar da história”.

Como as análises da Fecomércio-BA tem ressaltado, a recuperação do consumo e vendas será lenta e gradual, nada expressivo para este ano, mas com caminho mais pavimentado para um desempenho mais forte em 2021.

 

 

foto associação comercial da bahia

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